Sessão Assíncrona


SA11.3 - PRÁTICAS FORMATIVAS NA SAÚDE COLETIVA EM DIFERENTES CONTEXTOS (TODOS OS DIAS)

39734 - EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL PARA A TOMADA DE DECISÃO COMPARTILHADA EM FARMACOTERAPIA: PROMOVENDO ESTRATÉGIAS DE JUSTIÇA EPISTÊMICA POR MEIO DA PEDAGOGIA CRÍTICA
KIRLA BARBOSA DETONI - UFMG, SIMONE DE ARAÚJO MEDINA MENDONÇA - UFMG, DJENANE RAMALHO DE OLIVEIRA - UFMG


Apresentação/Introdução
É essencial pensar a educação interprofissional (EIP) e os processos de ensino-aprendizagem considerando a participação ativa e a autonomia do paciente no seu próprio processo saúde-doença e nas decisões acerca dos medicamentos em uso, rumo à promoção de justiça epistêmica por meio da tomada de decisão compartilhada interprofissional, buscando romper com as hierarquias de poder entre os sujeitos.

Objetivos
Apresentar um modelo de plano educativo-crítico para uma atividade acadêmica curricular em EIP para a tomada de decisão compartilhada em farmacoterapia, com foco na atenção primária à saúde, tendo em vista o contexto do Sistema Único de Saúde.

Metodologia
O modelo de plano foi construído a partir de uma imersão autoetnográfica por 2 anos em uma experiência de estágio em docência em EIP desenvolvida colaborativamente com docentes de 10 cursos da universidade da qual faço parte. Extraí pontos importantes das anotações em diário de campo, oriundas das minhas vivências nessa experiência, além das reflexões acerca da minha atuação nas interfaces como discente, docente, farmacêutica clínica e paciente. As teorias da injustiça epistêmica (Miranda Fricker) e pedagogia crítica (Paulo Freire) que embasei contribuíram para o despertar da consciência. O plano será apresentado, para debate e ajustes, aos docentes em EIP, que também participarão da oferta.

Resultados
O plano possui 30 horas/aula, com encontros em sala. Parte 1 (6 encontros): participação de pacientes-como-professores, intercalando com leitura e discussão de textos relacionados às teorias. Parte 2 (7 encontros): aplicação da metodologia da aprendizagem baseada em problemas, com discussão de caso clínico em pequenos grupos interprofissionais e simulação de reunião de matriciamento ao final. A atividade contará com a participação dos docentes interprofissionais. O processo avaliativo consistirá na produção individual de textos reflexivos e na realização de atividades em grupo, adotando os princípios processual e formativo, com feedback dos pacientes a partir da observação da simulação.

Conclusões/Considerações
O plano proposto se apresenta como uma estratégia de promoção de justiça epistêmica por meio do quefazer pedagógico-crítico. Pretendo que ele estimule a reflexão sobre a autonomia dos pacientes nas práticas clínicas em saúde e sobre o papel de futuros profissionais enquanto um dos agentes de mudança. A oferta dessa experiência educacional, que será feita no próximo semestre, certamente trará elementos para enriquecer essa discussão.