SA11.2 - SAÚDE COLETIVA: DESAFIOS PEDAGÓGICOS (TODOS OS DIAS)
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41966 - O TRABALHO DE CAMPO E A FORMAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA: NOTAS SOBRE A DESCOLONIZAÇÃO DE SABERES E DE SI GILNEY COSTA SANTOS - DEPARTAMENTO DE ESTUDOS SOBRE VIOLÊNCIA E SAÚDE JORGE CARELI/ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA/FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (CLAVES/ENSP/FIOCRUZ), PATRICIA CONSTANTINO - DEPARTAMENTO DE ESTUDOS SOBRE VIOLÊNCIA E SAÚDE JORGE CARELI/ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA/FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (CLAVES/ENSP/FIOCRUZ), TATIANA WARGAS DE FARIA BAPTISTA - DEPARTAMENTO DE ENSINO/INSTITUTO DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FERNANDES FIGUEIRA/FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (IFF/FIOCRUZ)
Período de Realização Pesquisa de doutoramento em saúde pública realizada no período de março de 2017 a dezembro de 2021.
Objeto da experiência Neste estudo revisitamos vivências de um campo de pesquisa com mulheres em situação de rua pensando implicações para a formação em saúde coletiva.
Objetivos A saúde coletiva emergiu como campo de produção de saberes no contexto dos anos de 1970, criticando o modelo biomédico e a centralidade na doença. Neste estudo, refletimos sobre a formação em saúde coletiva a partir da experiência de pesquisa com mulheres em situação de rua.
Metodologia Relato autoetnográfico que olha para a formação em saúde coletiva, a partir do que o campo de pesquisa com mulheres em situação de rua suscitou sobre a produção de conhecimentos, a linguagem da pesquisa, fronteiras éticas do trabalho de campo, e o lugar de ‘pesquisador’ com populações precarizadas. O trabalho de campo se deu tanto no espaço da rua quanto institucionais da saúde, assistência social e judiciário, entre agosto de 2018 e janeiro de 2019, com aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados O relato etnográfico no contexto da formação em saúde pública ainda é pouco explorado e valorizado como forma de produção de conhecimento científico. Relatar em primeira pessoa requer tempo para reflexão e análise, que no ritmo cada vez mais acelerado da produção acadêmica se torna contraditório. A dificuldade para construir uma narrativa (auto)etnográfica modos de vida na rua expressam a captura da formação em saúde coletiva pelo tecnicismo em que caminhos de pesquisa se convertem em ‘método’.
Análise Crítica A despeito do Movimento Sanitário que se constituiu buscando romper com a matriz colonial, eurocentrada e branca das ciências biomédicas, a formação em saúde coletiva tem sido marcada pelo tecnicismo das ciências positivistas. Com raríssima exceções, temas como racismo estrutural, institucional, e outros modos de produzir conhecimentos - etnografias, autoetnografias, narrativas em vídeos - não transversalizam, não são incentivados ou reconhecidos nos currículos e projetos políticos pedagógicos.
Conclusões e/ou Recomendações É urgente retomar o debate sobre o projeto de saúde coletiva que alimentou o movimento sanitário refletindo qual projeto político pedagógico para uma saúde coletiva engajada e comprometida que incorpore outros modos de produzir conhecimento científico que conecte a formação crítica com a realidade social, bem como, do SUS, para além dos ‘indicadores de formação’.
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