SA11.2 - SAÚDE COLETIVA: DESAFIOS PEDAGÓGICOS (TODOS OS DIAS)
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40126 - CRENÇAS RELIGIOSAS E ESPIRITUAIS: UMA LACUNA NA EDUCAÇÃO E NA FORMAÇÃO MÉDICA ANDERSON NUNES PINTO - UFRJ
Apresentação/Introdução Ultimamente a necessidade de treinamento para integrar a religiosidade / espiritualidade nos cuidados ao paciente é cada vez mais reconhecida na educação médica (KOENIG, 2012). Estudos constatam que a maioria dos médicos reconhece a importância das crenças dos pacientes na sua saúde, mas não sabem como abordá-las na assistência (PISCITELLO; MARTIN, 2019; FOSARELLI, 2008; CURLIN et al, 2006).
Objetivos O objetivo geral da pesquisa foi compreender as percepções existentes no grupo de médicos clínicos de um hospital universitário sobre as crenças religiosas e espirituais no contexto assistencial.
Metodologia O contexto da pesquisa foi um hospital universitário que se situa na região metropolitana do Rio de Janeiro. Os sujeitos da pesquisa foram 41 médicos lotados no Serviço de Clínica Médica deste hospital, de ambos os sexos e de qualquer idade. A coleta de dados foi feita mediante entrevistas semiestruturadas orientadas por questões abertas relacionadas aos objetivos da pesquisa. Os dados foram gravados com o auxílio de um gravador de áudio, anotados e posteriormente analisados. Para a análise dos dados, foi utilizada a Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici e a abordagem metodológica do Discurso do Sujeito Coletivo.
Resultados Foram produzidos 19 discursos que mostraram diferentes aspectos das percepções dos médicos. Quanto às crenças dos pacientes, os médicos reconhecem a influência das crenças no seu trabalho. Quanto à abordagem das crenças, elas não são objeto de atenção regular na rotina assistencial. Quanto aos colegas de trabalho, há um embaraço para conversar sobre as crenças no contexto de trabalho. Quanto à formação dos médicos para a abordagem das crenças, prevalece a ausência de atividades educativas e de conhecimento científico sobre o tema. Com relação ao apoio institucional para a abordagem das crenças, os médicos não encontram no hospital universitário oportunidades formativas nesta área.
Conclusões/Considerações Dentro do grupo investigado predomina a falta de reflexão sobre as crenças no contexto médico desde a formação acadêmica até a prática atual, que se evidencia na falta de consensos profissionais sobre o assunto. Os resultados indicam a necessidade de repensar os espaços de formação médica, como os hospitais universitários, para que possam cumprir o seu papel no que tange ao treinamento para a abordagem das crenças no contexto assistencial.
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