Sessão Assíncrona


SA11.1 - EDUCAÇÃO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

44394 - POR UM CERSAM LIVRE DE ESTIGMAS: EDUCAÇÃO PERMANENTE, REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE TRABALHO
LEANDRO APARECIDO MARTINS - HRPMB, CAROLINA GUIMARÃES DE CASTRO - PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM, IGOR MARCOS BACELETE BARBOSA SANTOS - PUC MINAS - BETIM


Período de Realização
O projeto foi realizado durante os meses de janeiro a março de 2022.

Objeto da experiência
Projeto de educação permanente com a equipe de enfermagem no centro de atenção psicossocial do município de Betim MG, CERSAM Betim Central

Objetivos
Trabalhar com a equipe a história da psiquiatria e seu trajeto como uma enfermidade estigmatizadora. Trazer reflexões sobre processos de trabalho e condutas violentas que ferem o direito dos usuários portadores de transtorno mental, qualificando assim a assistência.

Metodologia
Primeiramente definiu-se a necessidade dessa roda de conversa, pautado em falhas de comunicação e dificuldades de manejo da equipe com os usuários. Os encontros foram realizados em pequenos grupos, conduzido pela enfermeira horizontal e o residente de psiquiatria onde os profissionais foram instigados a refletir sobre o tema e a propor ações no ambiente de trabalho que minimizassem a presença do estigma dentro de uma unidade cujo objetivo é humanizar o cuidado.

Resultados
Após os encontros de educação permanente, os profissionais ampliaram o conhecimento sobre o tema, bem como melhoraram a assistência prestada, o que impactou na estabilização e melhora clínica em menos tempo de internação, inclusive de alguns casos graves e refratários. As práticas de contenção física passaram a ser melhor indicadas e monitorizadas pelos profissionais. Abordagens de manejo verbal se tornaram mais presentes, enquanto abordagens inadequadas passaram a ser alvo de críticas

Análise Crítica
A saúde mental, em especial as práticas de cuidado anteriores a reforma psiquiátrica, constituíam-se de formas desumanas, médico centradas e violentas. Torna-se necessário a reflexão e uma releitura constantemente do passado para que as mesmas nunca mais ocorram em nosso meio. Entende-se que é dever de toda sociedade, em especial do setor da saúde, a luta pelo direito, pela equidade e justiça social para com os usuários que sofrem de alguma doença mental.

Conclusões e/ou Recomendações
Essa atividade de educação formativa com os profissionais da enfermagem resultou no melhor manejo de usuários em crise. Avalia – se a necessidade de repensar algumas práticas que ainda ocorrem no dispositivo, a fim de discutir a respeito dos estigmas que são inerentes ao sofrimento mental. Cada sujeito tem a sua singularidade, a linha que separa o normal x patológico é muito tênue. normalizar uma sociedade diversa contribui para a consolidação da reforma psiquiátrica.