Sessão Assíncrona


SA11.1 - EDUCAÇÃO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

42324 - A CRONICIDADE DO VIVER COM HIV/AIDS NA INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE
CLAUDIA CARNEIRO DA CUNHA - UERJ, MARCELO DE ABREU - UFF, MARTHA CRISTINA NUNES - IFF/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução

Nas últimas décadas ocorreram transformações de base clínica e tecnológica, e de concepções teóricas e metodológicas, que deslocaram a AIDS para um lugar de cronicidade. Considerando dimensões processuais, o estudo aciona as noções de experiência, memória e perturbação, a partir da perspectiva socioantropológica, para discorrer acerca da cronicidade do viver com HIV/AIDS na infância e juventude.


Objetivos
Reunir um conjunto de experiências e memórias de autores que ocupam um lugar híbrido, entre a assistência e a pesquisa no campo do HIV/AIDS, para produzir um ensaio teórico que dialogue com outros autores das ciências sociais, humanas e da saúde.

Metodologia
Trata-se de um estudo teórico que, a partir da abordagem socioantropológica, compreenda as barreiras do viver produzidas pelo estigma, discutindo em que medida a cronicidade pode acentuar a precariedade que nos constitui como humanos, mas que para muitos em virtude de sua localização social pode significar maior precarização e vulnerabilização. Considerando que quando se é criança, adolescente e jovem esta precarização pode levar a uma impossibilidade na circulação dos afetos, nas trocas cotidianas fundamentais dentro dos grupos e uma sensação constante de inadequação. Propomos um artesanato conceitual que ofereça outro arranjo de olhar sobre estigma, precariedade, vulnerabilidade e cronicidade.



Resultados
No trabalho procuramos mostrar deslocamentos e transformações no curso da AIDS, tanto nos seus aspectos tecnológicos, quanto na forma como fomos convocados a enfrentar e viver estas mudanças, principalmente na população de crianças, adolescentes e jovens. Todo este cenário que se altera, não aponta somente para as transições ocorridas na forma como lidamos com o HIV/AIDS e seu enfrentamento clínico. Nos fala também, e, principalmente, de uma mudança na posição subjetiva, já que saímos do jogo positividade/negatividade e entramos no cenário detectável/indetectável no que diz respeito à carga viral e suas mudanças nos modos de “contágio”, no sentido dos dramas que ele carrega.

Conclusões/Considerações
O trabalho mostra que precisarmos abarcar outras categorias ligadas à cronicidade - interdependência, precariedade e reconhecimento - para pensar “a cena” da AIDS de agora. Ou seja, nossos enfrentamentos do HIV/AIDS devem se situar na própria lógica das mudanças contemporâneas e cotidianas, pois isso potencializará sempre estarmos atentos a estabelecer e pensar em uma ética de cuidados que seja afirmativa para crianças, jovens e adolescentes.