Sessão Assíncrona


SA11.1 - EDUCAÇÃO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39637 - AMPLIAÇÃO DO ESCOPO DE PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: ESTUDO DE OPINIÃO COM COORDENADORES DE CURSOS DE GRADUAÇÃO
VICTORIA ALMEIDA GUERRA - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, ANA CAROLINA CORREA DOS SANTOS - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RAQUEL HANAYO YAGI VIEIRA VIEIRA - FACULDADE DE ENFERMAGEM, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, GUILHERME OLIVEIRA DE LIMA - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, LUIZA MUTSCHELE SENA - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CARINNE MAGNAGO - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


Apresentação/Introdução
A expansão da atenção primária (APS) no Brasil tem sido restrita, em partes, pela escassez e má distribuição de médicos generalistas e especialistas, sobretudo em regiões rurais e remotas. Para enfrentar cenários semelhantes, países têm revisado as legislações que regulamentam as profissões da saúde e adotado estratégias de task shifiting, skill mix e ampliação do escopo de práticas profissionais.

Objetivos
Identificar a opinião de coordenadores de cursos de graduação em saúde quanto à uma possível ampliação do escopo de práticas de profissionais de saúde na APS brasileira.

Metodologia
Estudo transversal e descritivo, desenvolvido com dados de pesquisa nacional realizada entre 2015 e 2017. Os dados foram coletados por entrevistas telefônicas junto a 502 coordenadores de cursos de graduação em enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição, odontologia e psicologia. Aos participantes foram apresentadas três afirmativas sobre a execução de tarefas médicas pela categoria profissional que formam, com as quais eles deveriam discordar ou concordar, segundo uma escala Likert de cinco pontos. Os dados foram analisados por estatística descritiva simples. O projeto do estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados
Do total de coordenadores, 72% concordaram que os profissionais da categoria que formam poderiam executar tarefas médicas na APS; 74% concordaram que essa ampliação de escopo aumentaria a resolutividade desse nível de atenção; 47% concordaram que essa ampliação compensaria a escassez de médicos na APS. Em um cenário de expansão de escopo, as ações médicas que poderiam ser realizadas por outros profissionais, segundo a maior parte dos respondentes, seriam: prescrição de medicamentos e pré-natal (enfermagem); anamnese (farmácia); acolhimento/triagem (psicologia); avaliação física e respiratória (fisioterapia); avaliação nutricional e exame físico (nutrição), educação em saúde (odontologia).



Conclusões/Considerações
Os resultados sugerem que a maioria dos coordenadores de graduações em saúde são favoráveis à ampliação do escopo de prática de profissionais de saúde a partir da incorporação de ações atribuídas aos médicos. Contudo, indicaram como possibilidade o desenvolvimento de ações que já são legalmente permitidas aos profissionais, sinalizando desconhecimento quanto às práticas realizadas na APS e/ou atuação profissional limitada nesse nível de atenção.