Sessão Assíncrona


SA13.6 - PERSPECTIVA ETÁRIA, PROFISSIONAIS DE SAÚDE, FORMAÇÃO E CUIDADO (TODOS OS DIAS)

44416 - NOSSOS PASSOS VÊM DE LONGE – VIVÊNCIAS DE QUILOMBO ACADÊMICO DE MULHERES NEGRAS PESQUISADORAS
ROBERTA GONDIM DE OLIVEIRA - ENSP/FIOCRUZ, LIDIANE BRAVO DA SILVA - ENSP/FIOCRUZ, MICHELE GONÇALVES DA COSTA - ENSP/FIOCRUZ, MICAELA MARQUES SANTANA ALVES - ENSP/FIOCRUZ, RITA HELENA DO ESPÍRITO SANTO BORRET - ENSP/FIOCRUZ, ANA PAULA DA CUNHA - ENSP/FIOCRUZ, SHARLLENE LÍVIAN DIAS DA SILVA - ENSP/FIOCRUZ, ROSEANE MARIA CORRÊA - ENSP/FIOCRUZ, MARCIA MIRANDELA TEIXEIRA - ENSP/FIOCRUZ, ANA CLÁUDIA BARBOSA - ENSP/FIOCRUZ


Período de Realização
Os encontros e atividades do grupo começaram em março de 2020 e seguem em andamento.

Objeto da experiência
A Coletiva Nossos Passos Vêm de Longe como iniciativa de quilombismo político-acadêmico de mulheres negras e profissionais do campo da saúde coletiva.


Objetivos
Produzir estudos sobre feminismos negros ladino-amefricanos decoloniais (GONZALEZ, 2018) na feitura de nossos projetos, numa dinâmica de compartilhamento e coletivização ubuntu de questões, em um esforço de enfrentamento e resistências de vivências epistemicidas e racistas da academia eurocêntrica.


Metodologia
A coletiva Nossos passos vêm de longe dialoga e utiliza diversificadas metodologias do campos das ciências sociais e da epidemiologia crítica, tais como observação participante, Rodas de conversa, análises quantitativas do perfil de morbimortalidade da população negra, análise documental; revisões sistemáticas da literatura, ensaios teóricos-vivenciais, etnografias. Realizamos seminários com a participação efetiva da pessoas negras e negros periféricos.


Resultados
Produzimos estudos sobre: o não lugar da mulher negra na política de saúde da mulher; a diminuição da expectativa de vida da população negra na pandemia; o impacto do racismo na mortalidade por AIDS; o não debate das desigualdades raciais na saúde coletiva; violação dos direitos humanos da população negra em situação de rua na COVID-19; sofrimento mental e violência na mulher negra; etarismo e racismo em anciãs negras; avaliação da PNSIPN; e o cuidado decolonial às mulheres negras lésbicas.


Análise Crítica
Há barreiras de acesso e manutenção de negras e negras na academia, falta de reconhecimento de corpos negros no ambiente branco elitista, e a não legitimação de temas de estudo situados nas desigualdades em face a vivência negra. Negação do lugar do negro como sujeito epistêmico e sua objetificação. Não reconhecimento de epistemes fora do cânone eurocêntrico branco e ausência de referências críticas ao pensamento político, social, filosófico e econômico hegemônico nas bases curriculares.


Conclusões e/ou Recomendações
Investir numa critica ao pensamento social brasileiro a partir do debate etnico-racial no campo da saúde coletiva, no registro de perspectivas decoloniais e antirracistas e do feminismo negro, com vistas a produzir outros aportes para a leitura das desigualdades e hierarquias raciais que imprimem o lugar de mundo de negros e negras no Brasil.