SA13.6 - PERSPECTIVA ETÁRIA, PROFISSIONAIS DE SAÚDE, FORMAÇÃO E CUIDADO (TODOS OS DIAS)
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44102 - INTERROGANDO SAÚDE E VELHICE - PERSPECTIVAS TRANSMASCULINAS EM DEBATE SOFIA GONÇALVES REPOLÊS - UNIFESP
Apresentação/Introdução A presente proposta pretende interrogar as noções de velhice e saúde a partir das perspectivas de três transmasculinos, com idade entre 49 e 64 anos, residentes na RM de São Paulo. Compreende-se como transmasculinos pessoas que foram biopoliticamente designadas como mulheres ao nascer e que passam a identificar-se, durante a vida, com o gênero masculino, realizando uma transição de gênero.
Objetivos Interpelar, desde a perspectiva de pessoas transmasculinas: marcadores arbitrários que universalizam a velhice; noções de saúde e doença; critérios sobre as necessidades básicas de atenção à saúde, e das políticas de proteção social da pessoa idosa.
Metodologia As reflexões aqui apresentadas são fragmentos de minha pesquisa de doutoramento, pelo Programa de Pós graduação em Saúde Coletiva da Unifesp. Trata-se de uma pesquisa etnográfica, todavia em curso. Através da metodologia bola de neve, desenvolve-se um esforço de mapeamento de pessoas que se auto identificam como transmasculinos, com idade a partir de 45 anos, e sejam residentes na Região Metropolitana de São Paulo.
Realizamos observação participante nos contextos da vida cotidiana dos interlocutores, e entrevistas semi-estruturadas a fim de aprofundar e complexificar compreensões acerca das experiências de envelhecimento transmasculino, acesso e práticas de cuidado e atenção à saúde.
Resultados As corporalidades e trajetórias de vida narradas, marcadas pela experiência da transmasculinidade, interpelam concepções hegemônicas a respeito de corpo, gênero, envelhecimento e cuidado, assim como padrões desenhados por saberes biomédicos, serviços e práticas de atenção à saúde. Portanto, configuram-se como estímulos à investigação e reelaboração de outros modos de compreensão acerca de tais conceitos e práticas. Concepções essas que conformam uma perspectiva cisheteronormativa a respeito do envelhecimento, e promovem um deliberado apagamento “do horizonte de preocupações analíticas e políticas” (Henning, 2017. p. 284) as experiências de idosos dissidentes dos padrões normativos de gênero.
Conclusões/Considerações Compreende-se, até então, que os processos de saúde-doença e de envelhecimento, vivenciados e narrados por transmasculinos, trazem algumas percepções e marcas compartilhadas com velhices cisgêneras. Ao passo que, simultaneamente, apresentam-se como experiências investidas de signos, significados e temporalidades particulares, que questionam modelos supostamente universais de periodização da vida, e das compreensões acerca de saúde e bem-estar.
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