Sessão Assíncrona


SA13.6 - PERSPECTIVA ETÁRIA, PROFISSIONAIS DE SAÚDE, FORMAÇÃO E CUIDADO (TODOS OS DIAS)

43910 - ESTÁGIO DE DISCENTES DA LIGA ACADÊMICA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE EM UMA UNIDADE PRISIONAL EM SALVADOR-BA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ANA BEATRIZ PAIM BISPO - EBMSP, ALYSSA DOIN SIEBRA - UFBA, BEATRIZ MARTINEZ DE ALMEIDA - EBMSP, CAMILA AQUINO MAGALHÃES - EBMSP, FABIANA MENEZES ANDRADE - UNIME, PAULO GUSTAVO BISPO PEREIRA - EBMSP, VICTÓRIA CORREIA BRANDÃO - EBMSP, ANDREIA BEATRIZ SILVA DOS SANTOS - EBMSP


Período de Realização
Estágio em curso, iniciado em 29/04/2022.

Objeto da experiência
Estágio da Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública em um complexo prisional de Salvador-BA.

Objetivos
Relatar a experiência dos ligantes na observação da dinâmica assistencial em saúde voltada para populações privadas de liberdade em um complexo penitenciário, além de identificar especificidades do cuidado ofertado pela equipe de atenção básica prisional.

Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, observacional, com uma abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Foi realizada 1 visita semanal durante 1 mês, pactuada com orientadora da liga acadêmica, em um complexo penitenciário de Salvador-BA. Em cada visita, 2 ou 3 ligantes acompanharam medidas assistenciais prestadas aos internos(as) pela equipe de saúde dessa unidade. Com base nessas vivências, o presente estudo pôde ser construído.

Resultados
Observou-se precariedade nas instalações, escassez de recursos médicos e oferta nutricional inadequada às demandas de saúde. Constatou-se ainda dificuldades na referência e contra-referência, e na realização de exames. Quanto aos atendimentos, há limitações como o tempo reduzido e uso de algemas. Porém, notou-se também um cuidado individualizado através de práticas integrativas e complementares, hormonização no processo transexualizador, além da escolha por desconhecer os delitos cometidos.

Análise Crítica
Infraestrutura e condições higiênicas precárias levam à maior prevalência e propagação de infecções, enquanto o déficit nutricional dificulta a integridade físico-imunológica dos internos. A frágil integração entre serviços assistenciais isola detentos na estrutura prisional, afastando-os de direitos básicos. Porém, as estratégias terapêuticas praticadas priorizam humanização e empatia, reconhecendo a complexidade das vulnerabilidades dessa minoria, independentemente dos delitos cometidos.

Conclusões e/ou Recomendações
Percebeu-se a importância de vivenciar os cuidados em saúde voltados para pessoas privadas de liberdade, e o impacto desse estágio na formação de discentes de medicina verdadeiramente comprometidos com as especificidades dos diferentes grupos populacionais. Além disso, é notório o papel das ligas acadêmicas na formação complementar e no fortalecimento de uma perspectiva de atuação que considere os diferentes contextos de vulnerabilidade social.