Sessão Assíncrona


SA13.6 - PERSPECTIVA ETÁRIA, PROFISSIONAIS DE SAÚDE, FORMAÇÃO E CUIDADO (TODOS OS DIAS)

42970 - JUVENTUDE, SAÚDE MENTAL E PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO: O QUE OS SUICÍDIOS NOS CONTAM?
LARISSA SANTOS DA SILVA - UNB, JÚLIA OLIVEIRA SOUZA - UNB, MARIA VITÓRIA DA CRUZ BEZERRA - UNB, CARINE FERREIRA DOS SANTOS - UNB, LUANA LIMA SANTOS CARDOSO - UNB


Apresentação/Introdução
De acordo com a OMS (2019), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Há um crescimento expressivo do suicídio entre os jovens, sendo atualmente a 2ª causa de morte mundial entre pessoas de 15 a 29 anos. O suicídio como saída põe em evidência um ato complexo, que demanda extrapolar o discurso psicopatologizante do ato e analisar a dimensão relacional do problema.

Objetivos
O objetivo do presente trabalho foi analisar o fenômeno do suicídio em sua interface com a juventude e os seus processos de subjetivação.

Metodologia
De abordagem qualitativa, foi realizada uma pesquisa crítica de revisão de literatura e documental do tripé suicídio, juventude e processos de subjetivação entre os anos de 2019 e 2020. Nesse sentido foram utilizadas fontes distintas: a) buscas de artigos em base de dados como Scielo e Google acadêmico – com as palavras: suicídio, suicídio e juventude, juventude e saúde mental, juventude e sofrimento psíquico; b) documentos como leis, portarias, decretos sobre suicídio no Brasil e a sua relação com a juventude ou instituições de educação que contemplam ess; c) casos e relatos de histórias em redes sociais.

Resultados
A epidemiologia mostra alinhamento com os determinantes sociais da saúde. O risco aumentado de suicídio apresenta-se nas populações e juventudes que sofrem maior violência e violação de direitos, haja vista que: 79% da carga global de suicídios ocorrem em países de baixa e média renda. Se designados os jovens, esses dados crescem para 90% (OMS, 2019); a cada 19 horas uma pessoa LGBTTQIA+ é vítima de assassinato ou suicídio (GRUPO GAY DA BAHIA, 2019); os indígenas se matam 3 vezes mais do que a população geral brasileira, destes casos, 75% representa a juventude (BRASIL, 2017); o risco de suicídio entre jovens negros é 45% maior quando comparado aos jovens brancos (BRASIL, 2018).

Conclusões/Considerações
Para uma compreensão ampliada do fenômeno, assim como ações e políticas efetivas de prevenção do suicídio, torna-se necessário apreender e visibilizar a interseccionalidade, as inscrições das marcas opressivas e os sofrimentos de origem racial, classista, cisheteronormativa, patriarcal, etc., que compõem os processos de subjetivação, que podem, em suma, despotencializar as vidas das juventudes.