Sessão Assíncrona


SA13.6 - PERSPECTIVA ETÁRIA, PROFISSIONAIS DE SAÚDE, FORMAÇÃO E CUIDADO (TODOS OS DIAS)

39160 - POLÍTICA DE SAÚDE E RACISMO INSTITUCIONAL: A REALIDADE DAS RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE NO RS EM DEBATE
ANA CAROLINE PARAHYBA - ESP-RS, LOIVA MARA DE OLIVEIRA MACHADO - UFRGS


Apresentação/Introdução
A formação sócio-histórica brasileira é marcada por padrões normativos que denotam desigualdades e privilégios a depender do grupo racial de pertencimento. O racismo é estruturante das relações sociais e componente basilar das instituições, só é possível enfrentá-lo através de uma práxis antirracista, como parte constitutiva do projeto ético-político profissional.

Objetivos
Compreender as configurações do racismo institucional em Programas de Residência na política de saúde, no Rio Grande do Sul, com vistas à qualificação teórica do debate e construção de estratégias à uma práxis antirracista.

Metodologia
Trata-se de pesquisa descritiva exploratória com abordagem de tipo mista. Primeiramente, realizou-se revisão integrativa de fontes secundárias, publicadas entre 2016 e 2020 em revistas do Serviço Social, portal de Periódico CAPES e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Posteriormente, investigou-se a realidade através de dados primários, obtidos com questionário quanti-quali, aplicado de forma remota, com assistentes sociais inseridos em três instituições de Residência Multiprofissional, localizadas na capital gaúcha. A segunda etapa da pesquisa, prevista para 2022-2023, abrange todas as instituições de RMS do estado do RS.

Resultados
Os objetivos propostos na pesquisa foram plenamente atingidos, revelando um cenário desafiador e urgente à categoria. Como resultado, evidenciou-se uma profunda lacuna de estudos na área, relegando à questão racial um sub-lugar nas produções da área. Foram encontradas evidências de racismo institucional tanto a nível das relações interpessoais como a nível Político-Programático. Além disso, destaca-se uma disparidade na compreensão do racismo institucional e certa fragilidade de apreensão teórica. E, quanto às estratégias de enfrentamento, o estudo mostrou que a luta antirracista não é sistemática no cotidiano das instituições e é muitas vezes tida como escolha política individual.

Conclusões/Considerações
É imperioso o compromisso radical com a luta antirracista, como práxis, a fim de que se construa uma Política de Saúde de acordo com os princípios do SUS. E, que, além de estratégias que coíbam o racismo institucional é imprescindível pautar mudanças profundas na estrutura, transformando as relações sociais, políticas e econômicas, a fim de que se construa uma nova sociabilidade, sem opressões, e se atinja o direito à saúde em sua plenitude.