Sessão Assíncrona


SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

44262 - OS SENTIDOS ATRIBUÍDOS À SAÚDE MENTAL PELOS ACADÊMICOS INDÍGENAS INGRESSANTES NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
ÉRICA SOARES ASSIS - UNICAMP, NELSON FILICE DE BARROS - UNICAMP, SHELDON YUPURI BARRETO GONÇALVES - UNICAMP, DAVID VENÂNCIO CARDOSO - UNICAMP, RAFAEL AFONSO DA SILVA - UNICAMP, TATIANE PRADO ARANTES - UNICAMP


Apresentação/Introdução
Atender às demandas subjetivas dos acadêmicos que entraram na UNICAMP a partir do vestibular indígena significa rever o conhecimento estabelecido acerca da saúde mental, assim como suas interações com o ambiente físico e social. Sendo fundamental a construção de diálogos para a produção destes novos conhecimentos que incluam, necessariamente, a participação da população indígena.

Objetivos
Identificar e discutir os sentidos atribuídos à saúde mental pelos acadêmicos indígenas ingressantes do vestibular indígena da Unicamp.

Metodologia
A metodologia adotada é qualitativa, com técnica de produção e análise de conhecimento a partir do co-labor. As ações de co-labor se constituem como uma metodologia-pedagogia baseada em um conjunto de técnicas apoiadas nos princípios da interculturalidade, interepistemicidade e decolonialidade. A perspectiva construída a partir desses princípios visa estabelecer produções com os povos indígenas e não sobre eles. Esse diálogo de saberes é estruturado com base no arcabouço teórico dos Estudos Culturais, que orienta a técnica de registro de informações (rodas de conversa com temas disparadores relacionados à saúde mental) e de análise das informações em rodas de conversa crítico-reflexivas.

Resultados
A partir das rodas de conversa com a temática da saúde mental foi possível identificar espaços de fronteira que foram transformados em espaços de fala. Estes espaços permitiram compreender algumas psicodinâmicas de ressignificações sobre saúde mental para os estudantes indígenas, que fomentaram uma melhor compreensão das subjetividades de gênero, cultura e saúde de cada participante. Os espaços de fronteira transformados possibilitaram, ainda, identificar estratégias de aprendizagens mútuas de cuidado desenvolvidas nas fronteiras interculturais criadas na UNICAMP com a presença dos estudantes indígenas.

Conclusões/Considerações
Os sentidos atribuídos pelos acadêmicos indígenas na Unicamp fortaleceu o diálogo intercultural e tornou possível compor uma perspectiva integrativa, apoiada em uma conjunção epistêmica de experiências interculturais menos colonizadoras e encurtamento das distâncias entre o saber hegemônico e os conhecimentos de povos indígenas acerca de saúde mental.