Sessão Assíncrona


SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

44144 - EMOÇÕES, GÊNERO E PODER: UMA ANÁLISE DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E DAS AÇÕES EM SAÚDE A PARTIR DO OLHAR DA ANTROPOLOGIA DAS EMOÇÕES
BÁRBARA BARBOSA DUARTE DOS SANTOS - UERJ, ROSENI PINHEIRO - UERJ


Apresentação/Introdução
Com um caráter interdisciplinar, o ensaio pretende desenvolver uma análise sobre a violência contra a mulher, o campo da Saúde e as ações em saúde voltadas para o enfrentamento desse tipo de violência, partindo de formulações e questionamentos da Antropologia das emoções. Em crítica à essencialização das emoções, esse campo da antropologia compreende as emoções como construções sociais.

Objetivos
Realizando articulação com a Antropologia das Emoções, o objetivo é refletir sobre possíveis contribuições na compreensão do problema da violência contra a mulher e as ações em saúde para seu enfrentamento, pensados a partir do campo sócio-coletivo.

Metodologia
Trata-se de um desdobramento analítico da pesquisa “Visibilidade, responsabilidade e pertencimento público: construções teórico-práticas sobre cuidado como direito humano à saúde - 3ª fase”. A metodologia apoia-se em uma revisão narrativa, utilizando ferramentas de busca aplicadas a bancos de literatura científica disponibilizada em bases open access, tendo por base teórica principal, capítulos de livros, textos e artigos selecionados no âmbito da pesquisa.

Resultados
Partindo da interdisciplinaridade, pode-se construir articulações entre emoções, saúde e doença, conceitos que aproximam-se na medida em que estão atrelados a aspectos individuais e da natureza. Assim, são percebidos como aspectos fixos da essência humana ou da natureza puramente. Seguindo essa compreensão, esses conceitos são retirados do domínio público-coletivo e político, restringidos à vida privada, “partida” entre social e individual. De igual forma, a violência contra a mulher é pensada e percebida como problema privado entre parceiros íntimos, ou individual como casos a serem tratados isoladamente.

Conclusões/Considerações
A concepção sobre violência influi diretamente nas ações de tratamento e enfrentamento e, consequentemente, nas práticas em saúde voltadas à assistência de mulheres vítimas da violência. Nesse sentido, realizar uma análise partindo das formulações da Antropologia das Emoções, permite questionar concepções cristalizadas e alterar as formas de tratamento, adentrando o ponto principal do problema: as desigualdades de gênero.