SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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43075 - PSIQUIATRIA E PEDOFILIA: A ORGANIZAÇÃO B4U-ACT E O DIREITO À SAÚDE MENTAL DAS PESSOAS ATRAÍDAS POR MENORES (MAPS) DENISE CABRAL CARLOS DE OLIVEIRA - IMS/UERJ
Apresentação/Introdução O trabalho visa analisar a organização do terceiro setor B4u-Act, sediada em Nova York, criada por "Minor Attracted People (MAPs)" com o objetivo de ações educativas, voltadas à academia e às midias, de esclarecimento sobre a condição da sexualidade pedófila, distanciando-a do estigma e da associação com abuso sexual infantil.
Objetivos O objetivo é analisar a atuação de uma organização que tem por objeto um campo fortemente estigmatizado no Brasil, onde os pedófilos estão fora do alcance direito à saúde.
Metodologia Análise do site, de documentos e de reuniões virtuais de um grupo de pesquisadores e de um grupo de profissionais de saúde mental membros do B4u-Act. Análise das controvérsias expostas em seminário de 2011, na John Hopkins University, organizado pelo B4u-Act para debater o diagnóstico de "pedofilia" na revisão, então em curso, do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM .
Resultados A postura de todos os membros atuantes da organização é de aprofundamento da discussão sobre as condições psíquicas dos MAPs, diante do estigma, da demonização social, da clandestinidade, dos riscos de perseguição pessoal. É tácita a condenação de quaisquer práticas sexuais entre adultos e crianças ou púberes. O direito à saúde é foco importante da atuação do B4u-Act. Para isso, tem congregado profissionais de saúde mental de instituições e linhas de trabalho diversas, com abertura e interesse na cidadania dos MAPs, e não apenas em pesquisar e tratar agressores sexuais.
Conclusões/Considerações A experiência do B4u-Act tem aberto um espaço de participação política e de pesquisa que busca discriminar a pedofilia enquanto orientação sexual, relacionada a desejo e fantasias e não a atos, da violência sexual. A experiência do B4u-Act traz subsídios para uma abordagem dos MAPs como cidadãos com direitos à saúde mental e para abrandar o pânico moral e a cruzada punitivista dominantes no Brasil.
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