Sessão Assíncrona


SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

42948 - VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2011 A 2021
THAYS CHAGAS DE CASTRO RODRIGUES - UFF, MARIANNA MENEZES DA SILVA - UFF, FELIPE GUIMARÃES TAVARES - UFF


Apresentação/Introdução
Violência contra a mulher é definida como qualquer ato que resulte ou possa resultar em dano físico, sexual ou psicológico direcionado a este grupo (OMS). Considerada mundialmente um problema de saúde pública e acomete mulheres de todas as idades, classes sociais, raças, religiões e níveis de escolaridade, podendo ser relacionada ao domínio masculino, desigualdade econômica e aspectos culturais.

Objetivos
Descrever os casos de violência contra a mulher no estado do Rio de Janeiro e seus fatores associados no período de 2011 a 2021.

Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo ecológico realizado a partir dos casos de violência entre mulheres notificados ao Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre 2011 e 2021. Para tanto, foram utilizados os dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DataSus) no período de estudo. As variáveis utilizadas no estudo foram violência interpessoal/autoprovocada, faixa etária, escolaridade, o local de ocorrência da violência e raça/cor. Foram calculadas prevalências de violências entre as categorias das variáveis do estudo e taxa de incidência de violência contra mulheres.

Resultados
O ano de 2019 apresentou a maior frequência de casos (28452). A faixa etária que mais sofreu violência no período foi de 20 a 29 anos, variando em torno de 33%. Houve melhora no preenchimento da variável raça/cor, passando de 71,6% a 85,6%. A raça/cor com maior percentual de notificações foi a parda com valores médios de 36,3%. A escolaridade mais frequente foi o nível médio completo (12,3%). O local de ocorrência da violência foi a residência (54,0%) e o tipo de violência foi a física (44,76%). Observa-se aumento da taxa de incidência de violência, passando de 7,0 para 32,7 casos a cada 10000 mulheres, em 2011 e 2019, respectivamente, reduzindo para 18,5/10000 mulheres em 2021.

Conclusões/Considerações
Observa-se um aumento no número de casos de violência contra a mulher notificados no período, sendo em sua maioria casos de violência física, ocorridas no domicílio e entre mulheres jovens. Destaca-se que durante a pandemia do COVID-19 houve uma redução das taxas de incidência, possivelmente ocasionado por subnotificação dos casos. A violência contra a mulher é um problema de saúde pública e merece a atenção das autoridades responsáveis no RJ.