Sessão Assíncrona


SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

42734 - PREVALÊNCIA DE VIOLÊNCIA SEXUAL EM ADOLESCENTES NO BRASIL: ANÁLISE DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DO ESCOLAR, 2019
NÁDIA MACHADO DE VASCONCELOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, ISABELLA VITRAL PINTO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, FABIANA MARTINS DIAS DE ANDRADE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, CRIZIAN SAAR GOMES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, GISELE NEPOMUCENO DE ANDRADE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, JULIANA BOTTONI DE SOUZA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, REGINA TOMIE IVATA BERNAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, DEBORAH CARVALHO MALTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS


Apresentação/Introdução
A Violência Sexual (VS) contra crianças e adolescentes tem alta prevalência e se distribui de forma desigual na população. Possui grande impacto na saúde e seu enfrentamento é um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. O uso dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) contribui para o diagnóstico do agravo e pode auxiliar na construção de Políticas Públicas.

Objetivos
Estimar a prevalência de violência sexual em adolescentes escolares no Brasil, segundo subtipo de VS, sexo e idade de ocorrência.

Metodologia
Estudo transversal utilizando dados da PeNSE 2019. Analisou-se os seguintes subtipos de VS: abuso sexual e estupro, ambas alguma vez na vida. As variáveis consideradas foram: sexo (masculino e feminino) e idade em que sofreu o primeiro estupro. Estimou-se as prevalências e seus respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). Na sequência realizou-se a comparação dos resultados, considerando-se estatisticamente significativa as diferenças em que não houve sobreposição dos IC95%.

Resultados
Foram analisados 159.245 escolares entre 13 e 17 anos. A prevalência de escolares que relatou já ter sofrido abuso sexual alguma vez na vida foi de 14,6% (IC95%: 14,2;15,1), sendo 20,1% (IC95%: 19,4;20,9) no sexo feminino e 9,0% (IC95%: 8,4;9,5) no sexo masculino. A prevalência de escolares que relatou ter sofrido estupro alguma vez na vida foi de 6,3% (IC95%: 6,0;6,6), sendo 8,8% (IC95%: 8,4;9,3) em meninas e 3,7% (IC95%: 3,3;4,0) em meninos. Ao analisar a idade do escolar quando sofreu estupro pela primeira vez, 53,2% (IC95%: 51,0;55,4) dos escolares relatou ter sofrido essa violência antes dos 13 anos, sendo 56,3% (IC95%: 52,2; 60,4) nos meninos e 52,0% (IC95%: 49,5; 54,4) nas meninas.

Conclusões/Considerações
As meninas são as principais vítimas da VS, sendo que uma em cada cinco já sofreu abuso sexual. Elas sofrem mais que o dobro de VS, comparadas aos meninos. Mais da metade dos escolares estuprados relatou que a violência ocorreu antes dos 13 anos. A erotização dos corpos infantis leva à representação de meninas como objetos de desejo. São necessárias políticas intersetoriais que enfrentem esse agravo, com atenção às desigualdades de gênero.