SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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42323 - COOCORRÊNCIAS DE ABUSOS NAS RELAÇÕES ÍNTIMAS DE CASAIS JOVENS CLAUDIANA BOMFIM DE ALMEIDA SANTOS - UFRB, MARIA CONCEIÇÃO OLIVEIRA V
Apresentação/Introdução A violência nas relações afetivo-sexuais de jovens é um grave problema de saúde pública, que acomete milhares de pessoas, em nível global, independente do grupo social, econômico, religioso ou cultural, abrangendo, tanto agressões físicas, sexuais e psicológicas. As agressões se materializam de forma presencial e/ou virtual, em espaços públicos e/ou privados, entre parceiros atuais ou anteriores.
Objetivos Investigar as coocorrências das agressões psicológicas e/ou físicas perpetradas nas relações afetivo-sexuais de adolescentes e adultos jovens estudantes da rede pública de ensino.
Metodologia Estudo epidemiológico de corte transversal, utilizando uma subamostra de 774 estudantes de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 14 e 24 anos, matriculados na zona urbana de ensino do município de Feira Santana–BA em 2018, que relataram relacionamento íntimo nos últimos 12 meses e responderam as questões referentes à violência física e psicológicas nas relações amorosas. Foram estimadas prevalências, análise de associação e regressão logística binária, calculadas pelo teste qui-quadrado de Pearson (x2), adotando-se Intervalos de Confiança de 95% e p-valor<0,05. A pesquisa interinstitucional foi apreciada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados Dos 774 adolescentes e adultos jovens elegíveis, mais da metade eram do sexo feminino (52,5%), na faixa etária de 17 a 19 anos (56,2%), cursando o ensino médio (55,1%), cor da pele parda (61,5%), residiam com os pais no mesmo domicílio (47,1%) e em relacionamento afetivo-sexual atual (67,3%). A prevalência de jovens que relataram ser agressor de violência psicológica e/ou física, nos relacionamentos afetivo-sexuais foi 78,7% e 21,3%, para coocorrências. As análises de associação entre perpetração, segundo os tipos de violências investigados mostraram resultados estatisticamente significantes (p<0,001), com agressões simultâneas (psicológicas e físicas) em torno de 22%.
Conclusões/Considerações A violência nas relações afetivo-sexuais de jovens feirenses demonstrou reciprocidade, baseado pela troca mútua de múltiplas agressões. Embora não seja possível estabelecer nexo causal entre os tipos e o padrão das agressões, pode-se inferir, com base nos resultados que, raramente as agressões físicas ocorrem de forma solitária e, frequentemente podem ser entrelaçadas com os abusos psicológicos de diferentes manifestações e graus de intensidade.
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