SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38963 - PERCEPÇÃO DE INDÍGENAS PANKARARU SOBRE O CUIDADO EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: QUAL O ESPAÇO DO FARMACÊUTICO? LARISSA PRECHEDES DE SOUZA - USP, NAYARA BEGALLI SCALCO VIEIRA - INSTITUTO DE SAÚDE - SES/SP
Apresentação/Introdução O Povo Pankararu estabeleceu um fluxo migratório entre seu território em Pernambuco e a cidade de São Paulo. Residindo em São Paulo, conquistaram junto à Secretaria Municipal de Saúde uma Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) para prestar assistência na atenção básica. Este é um contexto privilegiado para o estudo da atenção diferenciada a indígenas residentes em contexto urbano.
Objetivos Conhecer a articulação entre a assistência prestada pela EMSI e as práticas de atenção à saúde Pankararu com foco na atuação do farmacêutico, a partir da percepção das lideranças indígenas.
Metodologia Utilizou-se de Metodologia Qualitativa com uso de entrevistas não estruturadas com indígenas Pankararu identificados como conhecedores da práticas de atenção Pankararu e da organização da atenção à saúde; e análise documental das políticas públicas: Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), Política Nacional de Assistência Farmacêutica e Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O material foi submetido a análise temática e estruturado em eixos: Ser Pankararu em São Paulo; práticas de cuidado Pankararu; o papel dos farmacêuticos nas políticas e percepção dos indígenas sobre o farmacêutico no cuidado à saúde.
Resultados As entrevistas demonstram o forte vínculo com o território em Pernambuco, o que se estende para as práticas de atenção à saúde Pankararu que são realizadas, em São Paulo, com materiais vindos da aldeia concomitantemente com o cuidado prestado pela EMSI. A presença do farmacêutico foi referida apenas quando questionada diretamente nas entrevistas e com relato de atuação pontuais. A análise das políticas demonstra uma limitação no papel estabelecido para o farmacêutico na PNAB e na PNASPI. Na construção do cuidado para os indígenas Pankararu em São Paulo este profissional é fundamental para a construção de possibilidade de cuidado articulando, de forma segura, as práticas terapêuticas.
Conclusões/Considerações A construção da identidade e a produção de saúde Pankararu estão intimamente ligadas ao seu território, que ultrapassa a concepção geográfica, e suas práticas culturais. Esta compreensão permitiu que a EMSI ampliasse os vínculos com os indígenas favorecendo a articulação das práticas de atenção. Contudo, mesmo tratando-se de uma EMSI, com contexto de trabalho integrado, o farmacêutico segue excluído da tomada de decisão na construção do cuidado.
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