SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38908 - HOMICÍDIOS FEMININOS BRASILEIRAS: QUANDO O DOMICÍLIO É O LOCAL MAIS INSEGURO KAREN RAQUEL FERREIRA DO NASCIMENTO - DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS DA UFRN, JORDANA CRISTINA DE JESUS - DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS DA UFRN, KELLY CHRISTINA DA SILVA MATOS - DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS DA UFRN, PEDRO HENRIQUE OLIVEIRA DE FREITAS - DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS DA UFRN, KARINA CARDOSO MEIRA - ESCOLA DE SAÚDE DA UFRN
Apresentação/Introdução O patriarcado confere aos homens a crença de que lhes é permitido exercer poder contra as mulheres em todos os âmbitos da sociedade, com autorização do uso da força, inclusive letal. A violência de gênero fruto da sociedade patriarcal manifesta-se como agressão psicológica, sexual, física, econômica ou patrimonial, culminando com o assassinato expressão máxima da opressão de gênero.
Objetivos Analisar a tendência temporal da mortalidade por homicídios femininos ocorridos no domicílio no Brasil e regiões, no período de 2000 a 2019.
Metodologia Trata-se de um estudo ecológico de tendência temporal, cuja população foi composta por óbitos de mulheres por homicídio ocorrido no domicílio, no Brasil e suas Grandes Regiões, no período de 2000 a 2019. Os dados foram obtidos junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SIM/DATASUS). Coletaram-se os registros de óbito classificados como agressão e evento cuja intenção é indeterminada, cujo local de ocorrência foi o domicílio. As análises foram realizadas pelo programa estatístico R versão 4.1.0, utilizando a library MASS, considerando-se estatisticamente significativos valores de p≤0,05.
Resultados As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram as maiores taxas de homicídios femininos perpetrados no domicílio. Em todas as localidades as faixas etárias de 20 a 49 anos apresentaram coeficientes de mortalidade de maior magnitude. Verificou-se tendência ascendente para os homicídios ocorridos nos domicílios para mulheres residentes no Brasil, Norte e Nordeste, e redução no Sudeste. Do mesmo modo, houve aumento das taxas dos homicídios perpetrados por arma de fogo (Norte e Nordeste) e por objeto cortante, penetrante ou contundente (Brasil e Nordeste).
Conclusões/Considerações As disparidades na tendência temporal podem correlacionar-se com o processo de interiorização e disseminação da violência que ocorreu nos anos 2000 nas regiões Norte e Nordeste, e a ineficiência do Estado em proteger as mulheres vítimas de violência residentes nestas localidades.
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