SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38695 - PREVALÊNCIA DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES RURAIS NO BRASIL SEGUNDO DADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019 LUCIANE STOCHERO - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - FIOCRUZ, LIANA WERNERSBACH PINTO - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA - FIOCRUZ
Apresentação/Introdução As mulheres rurais estão sujeitas a diversas violências, inclusive àquelas potencializadas pelo próprio meio, como o isolamento geográfico, a precariedade de estradas, transporte e meios de comunicação. Somado a isso, a ausência de testemunhas, o afastamento de familiares e questões culturais, fortalecem, por um lado, a invisibilidade e o silenciamento e, por outro, enfraquecem o enfrentamento.
Objetivos Analisar a prevalência de violência contra mulheres rurais e descrever o perfil das mulheres rurais em situação de violência e seus eventos (autoria, frequência, local), segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019
Metodologia A população do estudo são mulheres adultas (18 a 59 anos), da zona rural de todas as Unidades Federativas, conforme dados da PNS 2019. A variável violência foi formada a partir de perguntas que buscavam aferir as violências psicológica (5), física (5) e sexual (2) no período de 12 meses. As prevalências de violências foram analisadas de acordo com as características sociodemográficas, econômicas, sobre os meios de comunicação, atividade sexual, apoio social, saúde e saúde mental. Utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson a fim de examinar as diferenças estatisticamente significativas, considerando um p-valor <0,05. Os eventos foram descritos por autoria, local e frequência de violência.
Resultados Entre as mulheres rurais que sofreram violência destacam-se: as de raça/cor parda (51,6%) e branca (32,4%), idade de 18-29 anos (36,5%), solteiras (61,9%) e casadas (29,2%), escolaridade sem instrução/fundamental incompleto (41,6%) e médio completo/superior incompleto (35,0%), iniciação sexual na adolescência (75,5%); estado de saúde bom (50,9%) ou regular (33,5%); e 25,2% com problema de saúde mental. A prevalência de violências foi: 18,6% a psicológica, 4,4% a física e 1,4% a sexual. A maior parte das violências foi cometida por pessoas conhecidas, e ocorreu na residência. A frequência de “algumas vezes” foi recorrente nas violências sexual (49,1%), psicológica (44,6%) e física (39,9%).
Conclusões/Considerações Os resultados reforçam que as violências estão presente no cotidiano das mulheres rurais impactando suas vidas e saúde. As violências praticadas, em especial, por pessoas conhecidas e na própria residência acentuam esta problemática e seu enfrentamento, pois nas áreas rurais, diferente das urbanas, temos uma menor circulação de pessoas, o que colabora com a falta de testemunho e ajuda para as mulheres saírem da situação de violência.
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