SA13.5 - POVOS ORIGINÁRIOS, VIOLÊNCIA E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38480 - ABUSO SEXUAL EM ADOLESCENTES BRASILEIROS E FATORES ASSOCIADOS PRISCILLA RAYANNE E SILVA NOLL - IF GOIANO, SHEILA OLIVEIRA FEITOSA - IF GOIANO, LAURYANE FONSECA TERRA - IF GOIANO, MATIAS NOLL - IF GOIANO E UNIVERSITY OF SOUTHERN DENMARK, ISABEL CRISTINA ESPOSITO SORPRESO - FMUSP
Apresentação/Introdução O abuso sexual tem sido negligenciado em países em desenvolvimento, apesar de suas consequências a curto e longo prazo para a saúde do adolescente. Embora existam estudos que investigaram a prevalência de abuso sexual em adolescentes e seus fatores associados, poucos estudos populacionais foram realizados em ambiente escolar na América Latina.
Objetivos Analisar a prevalência de abuso sexual de adolescentes brasileiros por sexo, bem como a associação entre abuso sexual e determinantes sociais da saúde (DSS) e comportamentos de risco à saúde.
Metodologia Este estudo examinou a prevalência de abuso sexual entre adolescentes brasileiros utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). A amostra incluiu 102.072 alunos de todo o Brasil, com idade entre 11 e 19 anos. Foram coletadas informações sobre variáveis socioeconômicas, saúde e comportamentos de risco à saúde, por meio de questionários. A variável desfecho foi relato positivo de abuso sexual prévio. Utilizou-se análise multivariada por meio do modelo de regressão de Poisson. A medida de efeito foi a razão de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%.
Resultados Dos 101.300 estudantes que responderam a pergunta sobre abuso sexual prévio, 4.124 (4,1%) alunos relataram ter sofrido abuso. As adolescentes são mais afetadas pelo abuso sexual (4,5%) do que os meninos (3,6%) (p<0,001). O abuso sexual está associado aos Determinantes Sociais de Saúde, como cor preta, indígena e parda, frequentar escola pública e baixa escolaridade da mãe. Quanto aos comportamentos de risco a saúde, o abuso sexual está associado ao uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas (p<0,001), e comportamentos sexuais de risco (p<0,001), como relação sexual desprotegida e relação sexual precoce, em ambos os sexos.
Conclusões/Considerações Abuso sexual prévio está associado a comportamentos de risco à saúde, como uso de substâncias e comportamento sexual de risco. Diante desses achados, intervenções direcionadas a vítimas de abuso sexual são essenciais para a saúde dos adolescentes e a prevenção de comportamentos de risco, podendo também facilitar programas de prevenção ao abuso sexual.
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