Sessão Assíncrona


SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

44581 - MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE: EXPECTATIVAS PÓS-CÁRCERE
CAMILA MARTINS DA SILVA - UFJF, LIDIANE CASTRO DUARTE DE AQUINO - UFJF, ISABEL CRISTINA GONÇALVES LEITE - UFJF, DANIELLE TELES DA CRUZ - UFJF


Apresentação/Introdução
O Brasil é o 3º país do mundo com maior quantitativo de pessoas encarceradas. A taxa de encarceramento feminino cresceu exponencialmente nos últimos anos. A maioria dessas mulheres apresenta situação prévia de vulnerabilidade social, que se acentua com a vivência no cárcere, impactando negativamente nas expectativas pós-cárcere.

Objetivos
Verificar as expectativas sobre a vida pós-cárcere em mulheres privadas de liberdade no município de Juiz de Fora - MG.

Metodologia
Estudo transversal, realizado por meio de censo, 99 mulheres acauteladas em Juiz de Fora – MG, entre setembro/2019 e fevereiro/2020. Foram elegíveis todas as mulheres com no mínimo 30 dias de reclusão, independente do regime penal. Esse estudo está inserido no projeto “Condições de vida e de saúde de mulheres privadas de liberdade em Juiz de Fora – MG”, aprovado pelo CEP da UFJF (n.° 3.294.253). A coleta de dados foi feita por uma única pesquisadora de campo e organizada diretamente com a Direção da unidade prisional. Foi utilizado um questionário semi-estruturado e construído um banco de dados no SPSS. O tratamento estatístico incluiu a codificação, digitação e edição dos dados.

Resultados
O perfil é composto majoritariamente por mulheres jovens, negras, mães, com baixo nível educacional, renda de um salário mínimo ou menos antes do encarceramento e pior status social subjetivo. 86,9% residia com algum familiar, 78,8% declararam ser heterossexuais e 91,9% cisgêneras. Com relação às expectativas pós-encarceramento, 28,3% relataram expectativa negativa em relação à vida pessoal; 16,2% expectativa negativa em relação à vida familiar; 38,4% expectativa negativa em relação à vida profissional; 51,5% expectativa negativa em relação ao padrão de vida; 41,4% expectativa negativa em relação à condição de trabalho e 24,2% expectativa negativa em relação à condição de saúde.

Conclusões/Considerações
Os achados deste estudo podem colaborar para o direcionamento de estratégias que contribuam para enfrentamento e minimização dos impactos sociais e à saúde física e mental, e que atendam de forma integral as mulheres encarceradas em conformidade com as políticas vigentes e a perspectiva do direito à vida.