Sessão Assíncrona


SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

43068 - SAÚDE MENTAL DA PESSOA NEGRA NO CONTEXTO PRISIONAL: ASPECTOS DA VIOLÊNCIA QUE ADOECE E A RELAÇÃO COM A ATENÇÃO EM SAÚDE PRISIONAL
POLIANA GUALBERTA SOARES DE OLIVEIRA - ENSP - FIOCRUZ, VALÉRIA PEREIRA SILVA - MUSEU NACIONAL / UFRJ


Período de Realização
O trabalho teve início em maio de 2022, com previsão de 6 meses de duração.

Objeto da experiência
Saúde mental da pessoa negra no contexto prisional pós processo de encarceramento e sua possível relação com o contexto de racismo

Objetivos
Construir espaços de sensibilização e diálogo com profissionais da equipe de atenção básica prisional da Penitenciária Juiz Plácido de Souza (PJPS), pactuando ações de saúde mental para a população negra no contexto prisional, em articulação com a Política Nacional de Saúde Integral da Pessoa Negra.

Metodologia
O trabalho foi construído por meio de estudo descritivo, transversal e observacional, através de rodas de conversas, observação participante e oficinas de sensibilização. Partimos da apresentação da proposta, para depois criar espaços de escuta com profissionais que compõem a equipe de saúde da Unidade e pessoas privadas de liberdade que dão suporte ao processo de trabalho, em torno da temática do racismo estrutural e institucional, com vistas à implementação de ações de educação permanente.

Resultados
Ao longo da intervenção acreditamos ser possível observar se as relações raciais são percebidas no exercício da prática profissional, de que forma se expressam e se as pessoas privadas de liberdade apresentam questões quanto ao modo como são atendidas pelo serviço de saúde. Além disso, com o desenvolvimento integral da proposta, esperamos ser possível promover práticas de educação permanente e desnaturalização do racismo institucional envolvidas no processo de trabalho.

Análise Crítica
Compreendemos ser necessário observar como as relações raciais se expressam na prática profissional, se são apresentadas nos atendimentos em saúde das pessoas privadas de liberdade e se, com este tipo de ação, é possível promover práticas de desnaturalização do racismo. Também faz-se necessária a articulação das políticas de saúde PNAISP e PNSIPN, ainda incipiente em unidades prisionais, partindo da discussão sobre racismo e os silenciamentos existentes em torno deste tema.

Conclusões e/ou Recomendações
A oferta de ações em torno desta temática nas unidades prisionais é insuficiente e entendemos como necessária a continuidade do projeto, colaborando com possíveis intervenções e discussões que favoreçam a construção de políticas públicas e a promoção da saúde voltada a pessoas negras, no âmbito prisional. Se o racismo é uma construção social, pressupomos que transmuta-se a possibilidade de desconstrução de suas raízes na prática profissional.