Sessão Assíncrona


SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

42964 - ATENDIMENTO REALIZADO ATRAVÉS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS EM USUÁRIA SURDA.
CLARA MARIA MULLER SCHNEIDER - UFRGS, ISABELA MACHADO PENTEADO - UFRGS


Período de Realização
Experiência de atendimento com usuária surda em Porto Alegre entre setembro e dezembro de 2021.


Objeto da experiência
A necessidade do conhecimento em libras pelos profissionais de saúde para vinculação e assistência de pessoas surdas no território.

Objetivos
Demonstrar a importância e o diferencial que o conhecimento da Língua Brasileira de Sinais faz para a assistência ao usuário surdo que, nesse contexto, era ignorado e tinha seu entendimento e conhecimento relativizados, uma vez que todos os atendimentos eram realizados exclusivamente pelo familiar.


Metodologia
Relato de experiência que ocorreu em atendimento por Farmacêutica inscrita no programa de residência Integrada de Saúde coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com usuária surda no território de uma unidade de saúde de Porto Alegre. Descrição de sentimentos e impressões que ocorreram nos primeiros contatos com a usuária e o diferencial que o conhecimento da LIBRAS teve no atendimento da usuária, fortalecendo o vínculo e tornando a usuária responsável por seu cuidado.

Resultados
Os atendimentos realizados posteriormente, até dezembro de 2022, ocorreram por comunicação majoritariamente em LIBRAS e também por português oralizado. A usuária foi atendida pela residente com conhecimento em LIBRAS ou por outros profissionais com auxílio da residente como intérprete. Com atendimentos semanais com a usuária, evoluindo para quinzenais e mensais, houve cessação no seu hábito de fumar e aumento do seu autocuidado com melhora no quadro geral de mobilidade e atividades físicas.

Análise Crítica
Antes de atendimento por profissional com conhecimento em LIBRAS a usuária tinha sua avaliação em saúde realizada por familiar que respondia e aferida de acordo com entendimentos oralizados e interpretações próprias de sinalização, sem que o atendimento acontecesse direcionado para a usuária. Com os atendimentos em LIBRAS, as interpretações de sua situação de saúde foram diferentes e os planos para seu tratamento eram formulados em conjunto com a usuária.


Conclusões e/ou Recomendações
Em experiências anteriores, a usuária não teve a possibilidade de receber atendimento em libras, tendo sua comunicação com profissional de saúde relativizada pela interpretação da familiar sobre o que ela sentia e queria comunicar e o seu plano para melhoria de saúde conduzido sem considerar suas percepções. É crucial a presença de profissionais que conhecem a LIBRAS nos serviços de saúde para que os surdos possam existir nesses espaços.