SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
|
42339 - CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA E COVID-19: APONTAMENTOS SOBRE FECHAMENTO E REABERTURA DAS ESCOLAS FRANCINE DE SOUZA DIAS - ENSP/FIOCRUZ, LENIR NASCIMENTO DA SILVA - ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução Discutimos a vulnerabilização de crianças com deficiência na pandemia de Covid-19, no processo de fechamento e reabertura de escolas. Consideramos o contexto preexistente à pandemia e seus agravos recentes. Reconhecemos as iniquidades digitais e de acessibilidade, a flexibilização de atividades educacionais e de saúde e o desmonte da educação inclusiva como limites do paradoxo inclusão-exclusão.
Objetivos Discutir as implicações dos imperativos de fechar ou reabrir as escolas durante a emergência sanitária, sob a perspectiva das crianças com deficiência. Analisar as barreiras para a inclusão antes e durante a pandemia.
Metodologia Levantamento, revisão bibliográfica e documental sobre educação de crianças com deficiência no contexto da pandemia de covid-19. Investigamos consensos e controvérsias sobre as práticas, traduzindo-os como desafios e possibilidades para o presente e o futuro. Enfocamos barreiras à efetivação da educação inclusiva brasileira, antes e durante a emergência sanitária, além das iniquidades experienciadas por tais estudantes, sob a perspectiva interseccional. Na centralidade do debate, as múltiplas dimensões do processo de fechamento e reabertura das escolas. A abordagem transborda setores e disciplinas e preocupa-se com as condições de vida das crianças e suas necessidades singulares de cuidado.
Resultados Os documentos e artigos analisados evocam possibilidades para a inclusão vinculadas às seguintes ações: ampliar orçamento específico no ambiente remoto e presencial; criar dispositivos de planejamento dialógico entre escola, rede de cuidados, crianças e suas famílias; atender às singularidades das crianças; fortalecer a intersetorialidade; universalizar a vacinação. Sobre os desafios prementes, destacam-se: garantir matrícula, atendimento educacional especializado e profissionais de apoio escolar; consolidar a intersetorialidade; integrar sistemas de informações; adotar o Índice de Funcionalidade Brasileiro Modificado; fissurar barreiras estruturais e de acessibilidade.
Conclusões/Considerações Fechar ou reabrir escolas pode criar iniquidades. Incluir é planejar colaborativamente, criar serviços de apoio permanentes e planos individuais de atendimento, ofertar tecnologias assistivas e atendimento educacional especializado. Avançar no debate público exige suprimir a ênfase individualizante na formação dos profissionais e ampliar discussões sobre baixos salários, sobrecarga de processos de trabalho, violência interseccional e capacitismo.
|