SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
|
41824 - CONDIÇÕES DE VIDA E DE SAÚDE DE MULHERES NEGRAS EM SITUAÇÃO DE RUA: VIVÊNCIAS E COMPARTILHAMENTOS. ROBERTA GONDIM DE OLIVEIRA - ENSP/FIOCRUZ, LIDIANE BRAVO DA SILVA - ENSP/FIOCRUZ, SHARLLENE LIVIAN DIAS DA SILVA - ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização O Campo de Pesquisa tem realização prevista para o período de 10 de fevereiro a 01 de julho/2022.
Objeto da experiência As condições de vida e de saúde de mulheres negras em situação de rua nas favelas da Maré e de Manguinhos, localizadas na cidade do Rio de Janeiro.
Objetivos Identificar as violações de direitos sobre esta população;
Mapear os atores sociais que atuam no território estudado;
Proporcionar espaços de acolhimento às mulheres negras em situação de rua;
Mapear dinâmicas de atuação do Consultório na Rua, para potencializar o enfrentamento ao racismo na saúde.
Metodologia A ancoragem metodológica se assenta na produção de saber de nós mulheres negras, a partir de uma leitura racializada das relações sociais. Propomos a observação participante para nos aproximar das histórias de mulheres negras em situação de rua e suas narrativas e estratégias de resistência. Através da arte criamos Oficinas, cujo desdobramento é a construção de espaços de diálogo, acolhida e cuidado, ancorado na potência da agência da mulher negra em sua resistência histórica e ancestral.
Resultados Fomentar a articulação com os atores sociais do território da Maré e Manguinhos, de modo a gerar uma mobilização de agentes locais e profissionais de saúde do Consultório na Rua (CnaR), com vistas: a ampliar a discussão acerca da repercussão do racismo na saúde; propor diretrizes para a produção de Projetos Terapêuticos Singulares e Coletivos; criar espaços de escuta e cuidado; e fortalecer a luta pela garantia dos direitos humanos das mulheres negras em situação de rua.
Análise Crítica Partimos do entendimento do processo de formação política e societária de caráter colonial, fundamentado na distinção de raça/cor que incide negativamente na saúde do povo negro. Nesse processo de sociabilidade e subjetivação de sujeitos, violências cumprem importante papel no sentido da definição de lugar de mundo (DAVIS, 2016). Utilizaremos dos aportes do feminismo negro decolonial, a lente interseccional, para analisar as condições de vida dessas mulheres (GONZALEZ, 1984; LUGONES, 2014).
Conclusões e/ou Recomendações A atenção à saúde desta população, efetuada pelo CnaR - com a condução de cuidado em uma perspectiva antirracista - articulada de forma intersetorial e com participação de atores sociais do território, traduz-se na aposta de um cuidado de saúde de caráter emancipatório. Assim, dar visibilidade às questões raciais, de gênero e de classe sob a lente interseccional, é fundamental para o enfrentamento às opressões e combate às iniquidades em saúde.
|