Sessão Assíncrona


SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

41511 - MULHERES COM DEFICIÊNCIA E SUAS EXPERIÊNCIAS DE MILITÂNCIA PARA GARANTIA DE DIREITOS
RITA DE CÁSSIA SANTOS DE SANTANA - UFBA, MARCELO EDUARDO PFEIFFER CASTELLANOS - UFBA


Apresentação/Introdução
As mulheres com deficiência sofrem, ao menos, dois tipos de discriminação, por gênero e deficiência. Seu protagonismo na atuação política vem sendo fundamental para garantia de direitos e debates em torno da deficiência, historicamente negligenciados. A investigação das suas experiências na militância pode ajudar a conhecer suas interações sociais e as implicações da sua atuação na ação coletiva.

Objetivos
Compreender as experiências de militância de mulheres com deficiência sobre a atuação feminina no ativismo por direitos, considerando sua percepção sobre a mediação das relações de gênero nas dinâmicas do movimento social e seus espaços.

Metodologia
Esta produção foi elaborada a partir de dados originais de uma pesquisa qualitativa sobre o engajamento político de mulheres com deficiência. O estudo atendeu aos requisitos éticos para realização de pesquisas científicas com seres humanos na área de Ciências Humanas e Sociais. Foram realizadas entrevistas com mulheres ativistas com deficiência, com apoio de um roteiro de perguntas semiestruturado. Os relatos foram gravados, transcritos na íntegra e posteriormente submetidos à análise temática de Bardin. As categorias criadas buscaram compreender as experiências, em uma perspectiva interseccional, a partir das interações sociais, tendo o interacionismo simbólico como teoria norteadora.

Resultados
As experiências de militância de mulheres com deficiência na defesa de direitos são bastante heterogêneas e influenciadas pela sua percepção sobre a mediação das relações de gênero dentro do movimento social. A aproximação ou não da temática de gênero, nas trajetórias, parece interferir na identificação e entendimento das interações sociais estabelecidas com colegas de militância e instituições, repercutindo, então, nas suas experiências. As discriminações por gênero e deficiência são apontadas como fortes pontos de conflito entre militantes. Os espaços de militância e os demais movimentos sociais não se constituem em ambientes isentos de relações opressoras sobre essas mulheres.

Conclusões/Considerações
Reitera-se a necessidade de maior visibilidade e ocupação de espaços políticos das mulheres com deficiência. Ratifica-se a importância da investigação de experiências para o processo de busca pela justiça social. Outras produções urgem de serem feitas para auxiliar o subsídio de políticas públicas que assegurem os direitos dessas mulheres em conformidade com as demandas surgidas a partir das discussões atuais em torno de gênero e deficiência.