Sessão Assíncrona


SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

40285 - FATORES ASSOCIADOS À UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PELA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
THIAGO GOMES GONTIJO - UFMG, THAIS RODRIGUES DE SOUZA - UFMG, BÁRBARA INGRID DE SOUZA SILVA - UFMG, LARISSA SOLARI SPELTA - UFMG, VANESSA DE MOURA MACÁRIO - UFMG, KARINA PEREIRA DE ARAÚJO - UFMG, LUANA SPÍNOLA LOPES - ESTÁCIO BH, JÚLIA ESTHER MARCONDES SILVA - ESTÁCIO BH, FRANCISCO CARLOS FÉLIX LANA - UFMG, GISELLE LIMA DE FREITAS - UFMG


Apresentação/Introdução
Evidências crescentes sugerem que a utilização de serviços de saúde explicita desigualdades importantes. O crescimento do número de pessoas vivendo em situação de rua, devido à crise política, econômica e social que afeta o país, somado ao advento da pandemia de COVID 19, traz consigo vivências de violência e marginalização que podem aumentar as dificuldades de utilização dos serviços de saúde.

Objetivos
Analisar a associação de fatores sociodemográficos, econômicos e condições de vida com a utilização a serviços de saúde pela população em situação de rua em Belo Horizonte/Minas Gerais (MG).

Metodologia
Estudo transversal, analítico, de abordagem quantitativa. Coletaram-se os dados de uma amostra de 390 pessoas em situação de rua com 18 anos ou mais de idade que fazem da regional Centro-Sul de Belo Horizonte o seu espaço de vida. A coleta de dados ocorreu no período de agosto a dezembro de 2021 por meio da aplicação de questionário sobre características sociodemográficas, condições de vida e utilização dos serviços de saúde. Para a análise dos dados foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson e razão de prevalência, com Intervalo de Confiança de 95%. A regressão de Poisson foi realizada para verificar as associações à utilização dos serviços de saúde.

Resultados
A maioria das pessoas em situação de rua são do sexo masculino, pardos, desempregados; autoavaliaram o seu estado de saúde como bom; relataram ter procurado algum de serviço de saúde e consideraram atendidos; 57,5% afirmaram procurar atendimento na Atenção Primária à saúde, principalmente os que possuíam alguma doença/comorbidades (RP= 1,30; IC95%:1,07 - 1,56), utilizam o albergue para a pernoite (RP= 1,62; IC95%:1,20 -2,20) e os que relataram fazer uso de medicamentos (RP= 1,22; IC95%:1,01 - 1,47). Identificou-se associações significativas entre participação em movimento social, autoavaliação do estado de saúde como bom, uso de Crak e medicamentos com a utilização dos serviços de saúde.

Conclusões/Considerações
Tais evidências contribuíram para melhorar a compreensão da complexa relação entre os fatores sociodemográficos e de condições de vida com a utilização dos serviços de saúde pela população em situação de rua. Assim, investir na participação social e na garantia do cuidado humanizado pode favorecer o uso dos serviços de saúde, contribuindo para a promoção de uma vida com dignidade dessa população.