SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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39850 - INVISIBILIDADE SOCIAL E DROGADIÇÃO: ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA EM JUNDIAÍ, SÃO PAULO, BRASIL. MARÍLIA JESUS BATISTA DE BRITO MOTA - FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ - FMJ, HANNA OLIVEIRA RAMOS - FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ - FMJ, GABRIEL VINÍCIUS REIS DE QUEIROZ - FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ - FMJ
Apresentação/Introdução A população em situação de rua configura um grupo que vivência condições de extrema vulnerabilidade e sofre com as decorrências da invisibilidade social, esses fatores potencializam o risco de adoecimento e a marginalização social, intimamente articulada com a drogadição. Torna-se pertinente estudar a situação de saúde deste grupo, buscando direcionar as tomadas de decisões da gestão em saúde.
Objetivos O objetivo deste estudo foi conhecer o perfil epidemiológico da população em situação de rua atendida pelo consultório na rua do município de Jundiaí, considerando a relação desta população com o uso abusivo de álcool e drogas.
Metodologia Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com uso de dados secundários sobre a população em situação de rua de Jundiaí obtidos por meio dos registros de atendimentos no ano de 2020 pela equipe do consultório na rua. Utilizou-se a estatística descritiva com o auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0 para análise das variáveis sexo, idade, cor/raça, orientação sexual, utilização dos serviços de saúde, comorbidades, uso de substâncias e padrão de consumo. Para tal, adotou-se o nível de significância de 5%.
Resultados Foram registrados 836 atendimentos. A amostra foi majoritariamente do sexo masculino (68,7%), heterossexual (33,3%), da cor/raça autodeclarada parda (30,2%), com idade média de 41 anos. Identificou-se que 74,9% da amostra já foram atendidos pelo menos uma vez no consultório na rua; ao passo que apenas 4,8% utilizam serviços das Unidades Básicas de Saúde. Observou-se comorbidades como hipertensão arterial sistêmica (3,1%), diabetes mellitus (1,2%), sífilis (1,1%) e HIV (1%). Foi declarado por 52,9% dos indivíduos a utilização de substâncias, sendo usuários de uma droga (18,9%) ou de duas (18,6%). A substância mais utilizada foi o crack (36,8%), seguido do álcool (34,0%) e tabaco (21,7%).
Conclusões/Considerações A partir desses dados é possível perceber a necessidade de políticas e serviços que contemplem a longitudinalidade do cuidado das pessoas em situação de rua do território jundiaiense, considerando as vulnerabilidades e especificidades, como as afecções mais prevalentes e o contexto da drogadição no viver nas ruas.
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