SA13.4 - POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS E INIQUIDADES EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38631 - LUTA PELO RECONHECIMENTO DA LOUCURA. O INSS COMO O OUTRO ESTRANHO DA SAÚDE MENTAL. UMA NOVA REVIRAVOLTA? MARTÍN MEZZA - ISC-UFBA
Apresentação/Introdução Nossa pesquisa (ISC-UFBA) teve como uns dos seus objetivos descrever a gramática moral do déficit de reconhecimento e identificar os conflitos mudos presentes no processo de concessão/negação do BPC nas deficiências mentais. A partir disto, se colige algumas condições de possibilidade para reanimar a crítica social e imaginar uma nova negação, agora, de uma institucional tolerante.
Objetivos Apresentar de forma breve os elementos mais importantes da gramática moral e dos conflitos mudos, para depois integrá-los na formulação ético-política de uma crítica social que possa vir a embasar uma ação transformadora.
Metodologia Combinamos etnografia e entrevistas não estruturadas (snowball e saturação dos dados) com: 1 Juiz da JF; 1 Defensor Público; 5 peritos psiquiatras e 4 A.S da JF; 5 peritos médicos e A.S do INSS; 2 psiquiatras, 4 A.S, 2 T.O., 3 enfermeiras, 3 psicólogas de três CAPS diferentes; e 13 usuários de SM (5H e 8M). Descrição densa (GEERTZ, 1973) e interpretação hermenêutica (RICOUER, 2011), sob um marco de referência teórico que articulou as elaborações da desinstitucionalização, da teoria do reconhecimento de A. Honneth e alguns aportes de Foucault. Contamos com o auxílio do NVivo para análise de parte dos dados.
Resultados Ao articular a gramática moral e as dimensões dos conflitos mudos que atravessam o déficit de reconhecimento das deficiências mentais no BPC, observa-se que indicam claramente uma determinada direção para a renovação da crítica social. A sua formulação mais precisa seria: a institucionalidade do BPC se comporta como um “Outro estranho” em relação com as preferências axiológicas dos sujeitos envolvidos no campo da Saúde (deficiências) Mental. A partir da reificação paradoxal, do deslocamento da intersubjetividade e do desenquadre, apresentaremos os diferentes aspectos desta crítica.
Conclusões/Considerações Consideramos, e colocamos em debate, que estes resultados conseguem captar as condições potenciais para uma renovada crítica antimanicomial que embase uma ação transformadora, ou seja, uma negação da institucionalização da assistência social do sofrimento psíquico, uma negação do poder institucionalizante articulado nesse processo.
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