SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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44708 - GÊNERO E SAÚDE COLETIVA: A EXPERIÊNCIA DA CLÍNICA FEMINISTA NA PERSPECTIVA DA INTERSECCIONALIDADE (CLIFI) RAYSHA THEREZA NERY - PPGPSI/UFRGS, ITAUANE DE OLIVEIRA - PPGPSI/UFRGS, DANIELLE CELI DOS SANTOS SHOLZ - PPGPSI/UFRGS, MARÍLIA SPINELLI JACOBY CUNDA - CLINICA DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO/UFRGS, VANESSA FELIX DOS SANTOS - UFRGS, BÁRBARA MAGOGA BOSAK - UFRGS, LARA YELENA WERNER YAMAGUCHI - SAÚDE COLETIVA/UFRGS, YASMIN GOMES MEYER NORMANN - UFRGS, ISADORA MANFREDI MARQUES - UFRGS, MANOELA HOROWITZ PETERSEN - CLINICA DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO/UFRGS
Período de Realização De abril de 2020 até hoje
Objeto da experiência Acolhimento às demandas de saúde mental de mulheres em situação de vulnerabilidade decorrentes de violências de gênero.
Objetivos Compor e qualificar a rede de atendimento às mulheres em situação de violência sob a ética do feminismo interseccional, ampliando compreensões e produzindo conhecimentos acerca de como as relações de gênero, raça e classe concorrem para o adoecimento e sofrimento psíquico das mulheres.
Metodologia Sustentado em uma perspectiva transdisciplinar e alinhado à ética psicanalítica de "não ceder ao seu desejo", saberes do campo da saúde coletiva, da filosofia trágica, psicologia social e antropologia, são convocados para subsidiar o programa de extensão acadêmica que tem como ferramenta privilegiada de intervenção grupos online de escuta entre mulheres. Ademais, CLIFI organiza-se em GTs (Acolhimento, Formação e Comunicação), além do GT Redes que tem sua atuação descentralizada nos demais GTs.
Resultados De abril de 2020 até hoje, mais de 150 mulheres já passaram por acolhimento e quatro grupos já encerraram suas atividades. Atualmente temos oito grupos em funcionamento, com 4 a 5 mulheres acolhidas e duas escutadoras, que ocorrem em dias e turnos variados da semana, com frequência semanal e duração média de uma hora e trinta minutos, alguns tendo mais de um ano de existência. Ao atender as mulheres também trabalhamos com serviços da rede na perspectiva do apoio e matriciamento.
Análise Crítica A compreensão de que as histórias de sofrimento de mulheres são expressões singulares de processos culturais macropolíticos, bem como fruto das imbricações entre os processos de subjetivação gendrados em sociedades sexistas e racistas como a nossa, aponta a necessidade de uma escuta supramoral que possa romper com os aprisionamentos desejantes envolvidos na produção de subjetivações racistas e machistas, aliadas ao poder patriarcal.
Conclusões e/ou Recomendações A crescente procura por espaços de escuta às mulheres em situação de violência demanda a criação de alternativas teórico-metodológicas para oferta de tais atendimentos, assim como a urgência da leitura e acolhimento desse sintoma social emergente, o que inclui práticas de violência perpetradas pelo próprio Estado. Nesse sentido, nossa experiência tem demonstrado a potência desses espaços de cuidado coletivo para a produção de saúde das mulheres.
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