SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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44620 - TORNAR-SE MULHER: PROCESSOS DE OPRESSÕES E SUBJETIVAÇÃO DE MULHERES DE UMA FAVELA NO RIO DE JANEIRO ANA CAROLINA XAVIER - ENSP, ELYNE ENGSTROM - ENSP, DELAINE MARTINS COSTA - ENSP
Apresentação/Introdução O conceito de gênero surge para a distinção entre o biológico e o social e aborda a construção social do sexo e enfatiza os aspectos culturais e históricos que caracterizam as posições sociais dadas a homens e mulheres. Em um contexto de pesquisa marcado por questões relacionadas às desigualdades sociais, as opressões de gênero foram adotadas numa perspectiva decolonial.
Objetivos O objetivo da pesquisa foi compreender as experiências vividas relacionadas aos processos de opressões e subjetivação, articulando gênero, raça e classe e seus efeitos sobre a saúde.
Metodologia Para responder as perguntas da dissertação, foi escolhido o método qualitativo, que se constitui na realização de dez entrevistas semiestruturadas com mulheres moradoras da favela do Jacarezinho. As entrevistas privilegiaram compreender as trajetórias de vida destas mulheres e, a posteriori, foi realizada análise de conteúdo e classificação em categorias de análise.
Resultados A interpretação e avaliação dos dados coletados em entrevistas semiestruturadas ocorreu a partir da construção das seguintes categorias de análise: território; identidade de gênero; subjetividade; socialização; maternidade; opressões; sofrimento; e saúde.
As categorias de análise que me saltam ao longo das entrevistas surgem da identificação de conceitos e teorias que emergem das experiências de mulheres moradoras do Jacarezinho, enquanto grupo social marcado pela matriz de dominação sustentada pelo sexismo, racismo e elitismo.
Conclusões/Considerações As opressões de gênero estão imbricadas, sobrepostas e articuladas às opressões raciais e de classe em mulheres moradoras de favela. Sexismo, racismo e elitismo emergem nos relatos das entrevistadas que apontam para os estigmas sociais de mulheres moradoras da favela, com os estereótipos de um corpo sexualizado, subjugado e criminalizado. E as construções sociais do ser mulher na favela interferem nos processos de viver, adoecer e morrer.
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