Sessão Assíncrona


SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

44300 - A DOR DA CRONICIDADE POR CHIKUNGUNYA TRADUZIDA NO SOFRIMENTO VIVIDO POR MULHERES
• • KELLYANNE ABREU SILVA - UECE, • ANTONIO RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR - UECE, • ANDREA CAPRARA - UECE, • MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA - UECE, • IZAUTINA VASCONCELOS DE SOUSA - UECE, • ADRIANO FERREIRA MARTINS - UFC, • RENATA BORGES DE VASCOCELOS - UECE, • ALDA KETHELLEN ABREU SILVA - UEVA, KELVYA ABREU SILVA - UEVA, • PAULA RIVELE GOMES SOUSA MENDES - UFC


Apresentação/Introdução
A condição crônica resultante da infecção chikungunyana que tem a dor como uma de suas principais características faz emergir rupturas e sofrimento em mulheres que com os corpos envoltos por uma dor que se instala com violência, faz com que estas sofram além do adoecimento clínico, a planos afetados foram diversos na dimensão pessoal e coletiva.

Objetivos
Analisar o sofrimento vivido por mulheres experienciando a dor da crônica por chikungunya

Metodologia
Pesquisa qualitativa, realizada em duas áreas com histórico de alto índice de adoecimento por arboviroses, na periferia de uma capital do nordeste brasileiro. Realizou-se a coleta de informações de fevereiro a abril de 2019. As participantes foram identiicadas na base de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Ao todo 19 mulheres que adoeceram por chikungunya em 2017 estavam vivenciando a cronicidade. Responderam a uma entrevista semiestruturada. O material empírico foi submetido à análise de conteúdo com uso do NVivo e interpretado à luz do referencial da Antropologia da Dor de Le Breton. Observou-se a resolução 512 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados
As mulheres descrevem o sofrimento no curso do adoecimento crônico por chikungunya, demarcado por dor, traduzido em desânimo e tristeza, para muitas há uma depressão em tratamento e a referência à presença de um desejo de morte que provém da limitação vivida da e mudança que o cotidiano das pessoas sofreu, mas também pela frustração de uma experiência continuada de dor em anos sem um tratamento efetivo. Pensar a morte como solução reflete o inconformismo e a não aceitação do estado crônico experienciado, mesmo que uma parcela dessas mulheres tenha demonstrado determinação perante a dor.

Conclusões/Considerações
A dor situou-se na relação entre o indivíduo e a sociedade, causando rupturas com o seu mundo e, por conseguinte, na vida. A morte pensada como saída, reflete a falta de expectativa por um cura esperada que não há horizonte de quando será real. A dor é sentida além do corpo, está na vida.