SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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44244 - AUTONOMIA REPRODUTIVA DE MULHERES QUILOMBOLAS: REFLEXÕES A PARTIR DAS CATEGORIAS GÊNERO E RAÇA ELIANA DO SACRAMENTO DE ALMEIDA - UNEB E UFBA, SILVIA LÚCIA FERREIRA - UFBA, CLÁUDIA SUELY BARRETO FERREIRA - UNEB E UFBA, FLÁVIA KARINE LEAL LACERDA - UFBA, CHIRLENE OLIVEIRA DE JESUS PEREIRA - UFBA, UEIGLA BATISTA DA SILVA - UFBA
Apresentação/Introdução Os direitos sexuais e reprodutivos assegurados pela lei estão longe de serem garantidos às mulheres negras, periféricas e quilombolas. Para discutir autonomia reprodutiva e sexual de mulheres quilombolas é imprescindível considerar as categorias gênero e raça emergindo assim a teoria interseccional para analisar como o preconceito e a discriminação racial afetam a vida destas mulheres.
Objetivos Este texto tem por objetivo refletir sobre as implicações das categorias gênero e raça no desenvolvimento da autonomia reprodutiva, sexual e as desigualdades básicas de mulheres negras quilombolas.
Metodologia A partir da pergunta: Quais as implicações das categorias gênero e raça para a autonomia reprodutiva de mulheres quilombolas? Esta reflexão está ancorada na teoria interseccional apoiadas pelas à luz das autoras Patrícia Hill Collins, Sirma Bilge,Carla Akotirene e Kimberlé Crenshaw, contudo não podemos incorrer no erro de silenciamento das contribuições de Sojourner Truth, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Ângela Davis e bell hooks; e no paradigma afrocentrado proposto Molefi K. Asante e Ama Mazama e nos escritos de Kabenguele Munanga, Sílvio Almeida sobre racismo estrutural e Luiz A Campos sobre as dimensões racismo.
Resultados Embora integrante dos direitos sexuais e reprodutivos, acreditamos que a autonomia reprodutiva não é exercida de fato por todas as mulheres. Fatores sociais, econômicos, culturais, religiosos e familiares interferem nas vidas das mulheres quilombolas limitando a liberdade sobre seus corpos, vontades sexuais e reprodutivas.
Para as mulheres quilombolas, exercer a reprodução e a sexualidade em corpos subjugados se traduz em experiências de empoderamento/realização ou impotência/humilhação a depender do grau de autonomia vivenciado. A ineficiência da atenção primária à saúde contribui para o uso inadequado de contraceptivos e consequentes abortamentos e óbitos de mulheres em idade fértil ou maternos.
Conclusões/Considerações São incontestáveis os avanços nos direitos humanos, sexuais e reprodutivos, contudo, ainda há muito a avançar. As mulheres, em especial quilombolas, continuam sofrendo opressões e negação de direitos. A intersecção gênero/raça interfere na vivência da sexualidade e autonomia reprodutiva das mulheres quilombolas. Por fim, discutir sobre mulheres em situação de opressão constitui estratégia para o rompimento com o patriarcado e o colonialismo.
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