Sessão Assíncrona


SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

43372 - O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM GRUPO DE MULHERES NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) DA UERJ
TATIANA CAMPOS FERNANDES - UERJ, MARIANA GALVÃO PEREIRA - UERJ, STHEFANI COUTINHO ASSIS DOS SANTOS - UERJ


Período de Realização
O processo de construção do grupo iniciou-se em abril de 2022 e segue em andamento.

Objeto da experiência
Grupo de mulheres cis, trans e não-binárias usuárias do CAPS UERJ.

Objetivos
Relatar a experiência do processo de construção de um grupo de acolhimento e escuta voltado especificamente para mulheres, considerando as interseccionalidades, o perfil populacional atendido, os processos de trabalho e cuidado em saúde mental orientados por discursos e práticas antimanicomiais.

Metodologia
A construção do grupo de mulheres foi realizada por profissionais e usuárias do serviço. Trata-se de um grupo fechado, com o máximo de 12 participantes, frequência semanal e duração de 90 minutos. O grupo inicia-se com uma roda de conversa e ao final é realizada uma leitura de uma breve biografia de mulheres que marcaram a história do Brasil. Atualmente é conduzido por uma psicóloga servidora e duas residentes do Programa de Residência Integrada e Multiprofissional em Saúde Mental da UERJ.


Resultados
O processo de construção do grupo de mulheres no CAPS da UERJ possibilitou que os profissionais, as usuárias e os usuários do serviço pudessem ter um olhar mais sensível para as questões específicas do papel de gênero em nossa sociedade e que podem estar relacionadas à emergência ou agravamento do sofrimento psíquico. Trazer essa discussão para os espaços coletivos qualificou a construção de estratégias de cuidado em saúde mental que compreendessem a complexidade do sofrimento das usuárias.


Análise Crítica
Os CAPS são dispositivos que devem atuar balizados por discursos e práticas antimanicomiais. É imprescindível que o cuidado na perspectiva da atenção psicossocial contemple a discussão sobre como a lógica manicomial incide de forma específica sobre o corpo e a existência das mulheres, considerando inclusive os recortes de raça e classe. Temos observado também que o atual contexto pandêmico tem agravado a condição de saúde das mulheres, tornando ainda mais pertinente a construção do grupo.

Conclusões e/ou Recomendações
Esperamos que o grupo possa fortalecer a discussão de gênero pelos usuários, usuárias e profissionais, contribuindo para um olhar mais qualificado no cuidado em saúde mental das mulheres e produzindo conhecimento relacionado ao tema. Entendemos que é um dispositivo que vai ser reatualizado a cada momento, podendo se expandir para além dos muros do CAPS.