Sessão Assíncrona


SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

42869 - TECNOLOGIAS BIOMÉDICAS E ABORTO EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE SALVADOR, BAHIA: ESTUDO ETNOGRÁFICO
MARIANA RAMOS PITTA LIMA - ISC-UFBA, CECILIA ANNE MCCALLUM - UFBA, GREICE MARIA DE SOUZA MENEZES - UFBA


Apresentação/Introdução
A comunicacao é um extrato de tese de doutorado em Saúde Coletiva que analisa práticas de tecnologias biomédicas nos cuidados ao abortamento, em uma maternidade pública de Salvador, Bahia, à partir de um estudo etnográfico. Discute-se as tecnologias que fazem parte do itinerário reprodutivo e abortivo e da atenção hospitalar pós-abortamento, enfocando a ultrassonografia obstétrica (USG).

Objetivos
Compreender a produção de saberes e significados sobre tecnologias e aborto na atenção ao abortamento em um hospital público em Salvador, Bahia.

Metodologia
Foram realizadas observações participantes em uma maternidade pública e em palestras e eventos da área médica, entrevistas em profundidade e informais com mulheres e profissionais de saúde. A análise dos dados combinou diferentes técnicas, como a análise do discurso e técnicas de grounded theory. Os dados foram analisados a partir de repetidas leituras dos dados de campo, organização em categorias.

Resultados
As tecnologias instauram relações sociais, que são marcadas pelo próprio hospital, que é uma tecnologia englobante na atenção ao abortamento em Salvador. Propõe a noção de ‘itinerários epistemológicos’ para sintetizar a produção de conhecimentos de mulheres ao longo do processo procriativo e abortivo, em relação com tecnologias, sobre o próprio corpo e o conteúdo que se forma no útero durante a gestação, visualização e sua expulsão. Mostra como a estratificação colabora na produção de realidades múltiplas, seja do ponto de vista dos profissionais de saúde ou das mulheres. Discute a relação entre o mercado de equipamentos, e as dicotomias entre os serviços públicos e privados

Conclusões/Considerações
São analisadas as tecnologias biomédicas praticadas no hospital, entre estas, protocolos, fichas, USG e curetagem. Conclui-se que o hospital como tecnologia – e as realidade múltiplas ali emergentes – participam da produção de (in)justiça reprodutiva (liberdade e justiça).