SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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42633 - DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE E TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS NO CONTEXTO DA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS MARIANA RABELO GOMES - UFBA, GEORGE ANDERSON ALVES DOS SANTOS - UFBA, TÂNIA MARIA DE ARAÚJO - UEFS, LETÍCIA MARQUES DOS SANTOS - UFBA, LUCAS MONTEIRO SANTOS - UFBA, GUILHERME LOUREIRO WERNECK - UERJ, DARCI NEVES SANTOS - UFBA
Apresentação/Introdução Indivíduos em situação de exclusão social e vulnerabilidade econômica estão mais suscetíveis aos desfechos negativos em saúde mental, como os Transtornos Mentais Comuns (TMC). Os TMC se caracterizam por sinais e sintomas como modificações do humor, irritabilidade, insônia, agressividade e queixas psicossomáticas que podem comprometer a qualidade de vida de indivíduos e seus familiares.
Objetivos Examinar os potenciais efeitos dos determinantes socioeconômicos sobre a saúde mental dos(as) cuidadores(as) de crianças com e sem diagnóstico de Síndrome Congênita associada ao vírus Zika (SCZV).
Metodologia Estudo quantitativo, de base individual, com dados de 286 cuidadores(as) de crianças da linha de base da CoorteDICa (Estudo Longitudinal de Desenvolvimento Infantil da Atenção Básica, Salvador/BA), sendo 171 cuidadores(as) de crianças com SCZV e 115 sem SCZV. Foram coletadas informações sobre renda, escolaridade, trabalho, bens de consumo, moradia e benefícios sociais para compor o indicador de nível socioeconômico. Para a “suspeição de TMC do(a) cuidador(a) principal” foi utilizado o Self-Reporting Questionnaire-20. A análise dos dados incluiu o cálculo das prevalências de TMC nos dois grupos e análise de correspondência múltipla e de cluster para a criação dos mapas de correspondência.
Resultados A maioria dos(as) cuidadores(as) eram mães (85,3%) e a maioria das famílias (60,5%) se encontravam em piores condições de moradia e de acesso a bens de consumo, condições intermediárias ou baixas de escolaridade, trabalho e renda e recebiam pelo menos um benefício. A prevalência geral de TMC entre os(as) cuidadores(as) foi muito elevada (50,0%) (intervalo de 95% confiança: 44,2%-55,8%). Cuidar de criança com a SCZV aumentou a ocorrência de TMC em 74% (IC95%: 1,05-2,90). Os(as) cuidadores(as) com suspeita de TMC tiveram como perfil apresentarem pior nível socioeconômico.
Conclusões/Considerações As iniquidades têm um importante efeito na saúde mental das populações. A maioria dos(as) cuidadores(as) nesse estudo ocupa estratos sociais em piores condições. É salutar destacar a condição histórica e social da mãe como principal cuidadora do(a) filho(a) com deficiência que revela diferenças importantes nos marcadores sociais. Políticas sociais e de saúde devem ser promovidas para garantir a proteção da saúde mental desses(as) cuidadores(as).
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