SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
|
42350 - AUTOIMAGENS E TRAJETÓRIAS CORPORAIS: EXPLORANDO DIFERENCIAIS DE GÊNERO E RAÇA NA PERCEPÇÃO CORPORAL SHEILA MARIA ALVIM MATOS - UFBA, MARIA DA CONCEIÇÃO CHAGAS DE ALMEIDA - FIOCRUZ, EMANUELLE FREITAS GOES - CIDACS/FIOCRUZ/BAHIA, ANA LUISA PATRÃO - UNIVERSIDADE DO PORTO, MARIA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA CARVALHO NOGUEIRA - UNIVERSIDADE DO PORTO, ESTELA MARIA MOTTA LIMA LEÃO DE AQUINO - UFBA
Apresentação/Introdução A busca por um padrão magro é mais frequente em mulheres de elevada posição social por se sentirem pressionadas a adequar-se a um padrão socialmente construído. Mulheres brancas distorcem mais sua imagem corporal (IC) do que homens e mulheres negras. A distorção da IC pode influenciar a trajetória corporal, mas a intersecção de gênero e raça, modifica o efeito da posição social na saúde.
Objetivos Avaliar a associação entre a distorção da imagem corporal e as trajetórias antropométricas segundo sexo e raça.
Metodologia A coorte ELSA-Brasil inclui servidores públicos de instituições de ensino e pesquisa de seis capitais brasileiras, entre 35 a 74 anos de idade na linha de base (2008-2010). Peso e altura foram aferidos diretamente e a percepção da IC foi avaliada na linha de base e após 3,8 anos de seguimento por duas escalas. A distorção da IC correspondeu à subtração da percepção da autoimagem corporal e o IMC, padronizados em escore z. Calculou-se percepção da IC aos 20 anos, na linha de base e após 4 anos. Regressão logística multivariada será usada para avaliar as associações de interesse, ajustada por fatores de confusão. O estudo foi aprovado no sistema CEP/CONEP.
Resultados Os resultados são preliminares. As mulheres representaram 54,2% e os homens 45,8% da amostra (12.979 participantes). Raça/cor da pele branca foi autodeclarada por 52,5% e 53,6% tinham alta escolaridade. Entre aqueles com peso normal, aos 20 anos de idade 59,9% atingiram o excesso de peso. Após 3,8 anos, a média de ganho de peso foi 1,2 kg/ano. Entre mulheres e homens pretos, o ganho de peso foi de 1,8kg/ano e 1,5 kg/ano, respectivamente. A percepção da IC entre 20 anos e final da trajetória foi associada à mudança do IMC em mulheres (OR=1,36; 95%CI=1,07-1,74).
Conclusões/Considerações A trajetória do IMC foi associada à percepção da IC, segundo raça e gênero. Homens brancos percebiam-se mais pesados aos 20 anos e mais leves após 3,8 anos de seguimento. Mulheres pretas aos 20 anos tinham percepção de peso acurada, mas depois perceberam-se mais pesadas. Esse achado pode auxiliar a elaboração de políticas voltadas à promoção da saúde e ao controle do peso.
|