Sessão Assíncrona


SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

41957 - SAÚDE REPRODUTIVA DE MULHERES DE ORIGEM ASIÁTICA RESIDENTES NO BRASIL: UM (PRIMEIRO) OLHAR A PARTIR DA PESQUISA PANDEMIA DE COVID-19 E PRÁTICAS REPRODUTIVAS
ANDREZA PEREIRA RODRIGUES - ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY- EEAN/UFRJ, LEINA KATO - ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY- EEAN/UFRJ, CLAUDIA BONAN - INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA- IFF/FIOCRUZ, ANA PAULA DOS REIS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA- ISC/UFBA, CECÍLIA MCCALLUM - FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS/UFBA; INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UFBA, GREICE MENEZES - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UFBA, MARIA DA CONCEIÇÃO CHAGAS DE ALMEIDA - INSTITUTO GONÇALO MONIZ/FIOCRUZ BAHIA, NANDA DUARTE - INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA/FIOCRUZ, ULLA MACEDO - INSTITUTO GONÇALO MONIZ/FIOCRUZ BAHIA


Apresentação/Introdução
A análise de situação de saúde em perspectiva interseccional, entre eles quanto à raça/cor, é fundamental para promover saúde de modo equitativo. Mulheres de origem asiática na maioria das vezes não compõem grupos de específicos em pesquisas. Com a xenofobia contra povos de origem asiática acentuada pela pandemia, reflete-se como mulheres deste grupo podem ter tido suas vidas e saúde afetadas.

Objetivos
Descrever a situação de saúde reprodutiva de mulheres de origem asiática residentes no Brasil no período pandêmico, considerando características sócio demográficas e reprodutivas e situação de cuidados em saúde de respondentes ao questionário online.


Metodologia
A pesquisa “Pandemia de Covid-19 e práticas reprodutivas de mulheres no Brasil” objetiva conhecer a situação de saúde sexual e reprodutiva de mulheres com mais de 18 anos residentes no Brasil. Utilizou-se questionário online, construído na plataforma RedCap, com 113 perguntas sobre características sociodemográfica; condições familiares; procura por serviços de saúde; uso de contraceptivos; gravidez, parto, pós-parto e aborto. O instrumento circulou nacionalmente entre 15/julho e 30/outubro de 2021 e foi respondido por 8.313 mulheres de 18 anos ou mais, das quais 222 mulheres se identificaram como de origem asiática. Procedeu-se à análise descritiva dos dados utilizando software SPSS.

Resultados
A maioria das mulheres é jovem (60% até 29 anos), escolarizada (Ensino médio ou mais), vive na região sudeste (76%) em capitais (62%), tem parceiros ou relacionamento fixo (58%), sem filhos (81%), e heterorossexual (69%). Diante do aparecimento de algum problema ginecológico (46%), 22% não procurou atendimento por questões relacionadas à pandemia. As dificuldades de utilização do serviço foram institucionais (49,9% - serviços fechados, horários reduzidos ou só atendiam COVID, ou residiam em local sem serviço). Das dificuldades citadas 49% eram relacionadas à pandemia (medo de ir ao serviço, serviços fechados, horários reduzidos ou só atendiam COVID). A maioria é usuária de serviços do SUS (95,2%).


Conclusões/Considerações
A pandemia de Covid-19 afetou serviços de atenção à saúde reprodutiva e mulheres de origem asiática reiteram efeitos na sua utilização, mesmo que tenham características que indicariam menor impacto (sudeste, escolarizadas heterossexuais). Este estudo inicia um percurso para compreender como a vida de mulheres de origem asiática tiveram sua vida e saúde afetadas pela pandemia, em especial pela xenofobia que acompanhou a chegada do coronavírus.