SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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41496 - UMA PERSPECTIVA POLÍTICO-FEMINISTA SOBRE O CUIDADO NA VIDA DE AGENTES COMUNITÁRIAS DE SAÚDE STEFFANE CAVALCANTI RODRIGUES - UFBA/ISC, CLARICE SANTOS MOTA - UFBA/ISC, YEIMI ALEXANDRA ALZATE LÓPEZ - UFBA/ISC
Apresentação/Introdução Existe uma alocação desigual em torno das tarefas do cuidado que obedece a uma estrutura opressiva de sociedade, funcionando por meio de hierarquias de sexo, raça/cor e classe social. É possível observar que essa estrutura corresponde a uma população de profissionais do cuidado da atenção básica do SUS, as Agentes Comunitárias de Saúde.
Objetivos Nesse trabalho iremos apresentar os resultados do projeto de mestrado da autora, que teve como objetivo principal compreender as percepções, práticas e relações do cuidado presentes na vida de mulheres Agentes Comunitárias de Saúde.
Metodologia O projeto recorreu teórica e metodologicamente à ética do cuidado, à teoria política e ao conceito de interseccionalidade pensados pela ótica de autoras feministas. Foram realizados seis meses de trabalho de campo na Unidade de Saúde da Família de Caeté-Açú, Bahia, com coleta de dados apoiada pela observação participante e por entrevistas narrativas. As participantes do estudo foram Agentes Comunitárias de Saúde, que se compreendem enquanto mulheres negras, mães, cuidadoras e trabalhadoras domésticas. Foi feita uma análise de conteúdo dos dados coletados, assim como uma análise narrativas das entrevistas, esse material foi elencado em macro e micro categorias de análise.
Resultados Os resultados apontaram para desigualdades de gênero e vulnerabilidades associadas às tarefas de cuidado na vida dessas mulheres. Dentre as macrocategorias, encontraram-se “o cuidado como atividade humana fundamental”, “divisão sexual do trabalho doméstico” e “famílias, maternidades e violências”. São apresentados os seguintes temas: sentidos e significados atribuídos ao cuidado, socialização das mulheres, responsabilidade diferenciada, autocuidado, reciprocidade, divisão racial do trabalho doméstico, fronteiras entre o público e o privado, maternidades e precarização de políticas públicas do cuidado.
Conclusões/Considerações Como conclusão do projeto encontramos que o cuidado precisa ser entendido como uma responsabilidade política prioritária, o fortalecimento da socialização do cuidado e de políticas públicas que visem contribuir com o fim das desigualdades presentes nos trabalhos de cuidado, significam o fortalecimento de modelos de sociedade democráticos.
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