Sessão Assíncrona


SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

40379 - ANÁLISE TEMPORAL DAS INTERNAÇÕES DE MULHERES POR AGRESSÃO SEXUAL ENTRE OS ANOS DE 2008 A 2021 NO TERRITÓRIO BRASILEIRO.
LOYANE ELLEN SILVA GOMES - PPGSP - UFC, CAROLINE MARY DIAS GURGEL FLORÊNCIO - PPGSP - UFC


Apresentação/Introdução
A Violência Sexual é uma ação coercitiva, pautada em uma relação de poder, que pode ocorrer por meio de força física, intimidação, utilização de armas ou drogas. É ato de obrigar alguém a integrar, ter ou presenciar interações sexuais não desejadas. A interseccionalidade explicita que as vítimas desta violência têm rostos e eles são em grande parte de mulheres pretas e pardas.

Objetivos
Descrever o perfil sociodemográfico de mulheres que foram internadas por agressão sexual e avaliar a distribuição dos casos entre os anos de 2008 a 2021 no Brasil.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal com abordagem ecológica de tendência temporal. Dados secundários foram obtidos a partir do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Todos os casos de violência sexual contra a mulher (CID Y05) que resultaram em internação foram incluídos. Os bancos em formato .c.v. foram organizados, limpos e salvos em formato Excel. Foi construída uma tabela univariada com as variáveis independentes com as frequências absolutas e relativas. A tendência temporal descritiva foi realizada através da construção de um gráfico.

Resultados
Um total de 2.192 internações foram observadas. 28,83 % não haviam informação referente a raça/cor. Das que haviam 48,2% eram brancas, 44,1% pardas, 5,3% pretas, 1,5% amarelas e 1,5% de indígenas. Quando somadas as mulheres pretas e pardas correspondem a 49,4% das internações. O ano com mais internações foi 2018 com 215 e 2020 com 198 internações. Em 2021, houve uma queda de 17% em relação ao ano anterior, possivelmente por falta de leitos disponíveis devido a segunda onda de Covid - 19.

Conclusões/Considerações
Conclui-se que a coibição da Violência Sexual é emergente e perpassa pelo processo de desnaturalização da estrutura socialmente discriminatória que demarca papeis de gênero e, com isso, contribui para que a violência sexual seja parte da existência feminina e preta.