SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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40317 - MASCULINIDADES EM UM TERRITÓRIO COM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: REFLEXÕES ACERCA DOS PROCESSOS DE CUIDADO CAUÊ RODRIGUES - UNISINOS, LAURA CECÍLIA LÓPEZ - UNISINOS, NATÁLIA INÊS SCHOFFEN CORRÊA - UNISINOS
Apresentação/Introdução Este trabalho é um recorte do projeto de pesquisa “Equidade de gênero e políticas do cuidado em contexto de pandemia: pesquisa-ação em territórios da cidade de São Leopoldo/RS”, focando nas construções de masculinidades presentes no território pesquisado e em como as representações de cuidador/ser cuidado atravessam as subjetividades desses homens.
Objetivos Busca-se entender como diferentes masculinidades aparecem no território e no (não) acesso aos serviços de saúde, pensando quais práticas/subjetividades estão mais alinhadas à norma cisheteropatriarcal e quais produzem rupturas nessas normativas.
Metodologia A partir de uma abordagem qualitativa, estão sendo realizadas entrevistas narrativas com profissionais de saúde atuantes na Estratégia Saúde da Família (ESF) Cohab Feitoria, bem como com lideranças do bairro. Interessa-nos pensar como as experiências de cuidado comunitário atravessam as vivências masculinas, interseccionando-as com identidade de gênero, sexualidade, raça e geração. Discutimos como os marcadores sociais produzem diferenças no (não) acesso e na relação estabelecida com o serviço, bem como os efeitos que determinadas políticas públicas de saúde, como a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), têm nessas (rel)ações de cuidado e promoção de saúde.
Resultados A população masculina capaz de ser cuidada se materializa através dos homens brancos idosos, ou através dos meninos que são levados por suas mães, demarcando o racismo como um fator crucial na invisibilidade dos homens negros dentro da ESF. A procura de homens jovens pelo serviço se dá, majoritariamente, para teste rápido de infecções sexualmente transmissíveis ou feridas e lesões (necessidades urgentes). Alguns homens trans procuram a ESF para hormonização, o que vem produzindo dúvidas e reflexões na equipe. Embora, de forma geral, o serviço se caracterize por e para mulheres, nele também comparecem masculinidades produtoras de cuidado, reconhecidas pela equipe e pelas pessoas atendidas.
Conclusões/Considerações Muitas ações voltadas para os homens continuam sendo normativas, mas já existem movimentos produzindo fissuras e abrindo outras possibilidades de produção de cuidado e saúde junto às/aos/aes moradoras/es/ies do local. O território se mostra orgânico e atuante ao ser transpassado pelas políticas públicas de saúde, tendo movimentos individuais e coletivos que produzem e possibilitam transformações nas lógicas que atravessam os corpos masculinos.
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