SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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39595 - EXPERIÊNCIAS DE VIDA E CONDIÇÕES DE SAÚDE DA MULHER NA FAVELA: O CASO DAS MORADORAS DA ROCINHA/RJ LAÍS PEIXOTO SCHIMIDT - PREFC - SMS/RJ
Apresentação/Introdução Este trabalho faz parte da dissertação de mestrado em Saúde Pública da Ensp/Fiocruz, finalizado em 2020, e visou discutir sobre as experiências de vida das moradoras da Rocinha/RJ, no que diz respeito às suas condições de saúde. As relações de poder estabelecidas pelo sistema capitalista patriarcal trazem consequências graves para a vida e saúde, sobretudo as mulheres que vivem na favela
Objetivos Esse estudo buscou analisar as necessidades de saúde das mulheres moradoras da Rocinha/RJ e sua relação com os serviços de saúde, a partir de suas experiências de vida
Metodologia O estudo utilizou uma abordagem qualitativa e, como procedimento metodológico, a Comunidade Ampliada de Pesquisa. Esta metodologia de pesquisa-ação valoriza e viabiliza a troca de saberes entre os atores sociais e científicos, permitindo uma construção compartilhada de conhecimento. Neste sentido, foi realizada uma oficina temática de discussão com oito mulheres adultas moradoras da Rocinha/RJ e na busca de um maior aprofundamento das discussões sobre o tema utilizou-se também entrevistas abertas individuais com outras dez mulheres, com idades distintas e também moradoras da Rocinha/RJ. A interpretação dos dados se deu por meio da análise de conteúdo temática (BARDIN, 1979)
Resultados Como resultado, as experiências de vida das mulheres mostraram que seus estados de saúde têm íntimas relações e consequências originadas do território onde vivem e com as violências de gênero sofridas. Os serviços de saúde, apresentaram dificuldades para a compreender as complexas questões que envolvem suas necessidades de saúde, não conseguindo alcançá-las e proporcionar uma assistência integral. As mulheres apresentaram as redes de apoio e estratégias de lutas fora dos serviços, como potentes formas de resistência contra as opressões sofridas em um território vulnerabilizado.
Conclusões/Considerações É urgente que os serviços de saúde compreendam como o sistema patriarcal capitalista influencia a saúde das mulheres. Deve haver maior investimento em ações para mudanças sociais e políticas, que abordem o machismo, racismo, homofobia, misoginia e sexismo. A educação popular e a construção compartilhada do conhecimento são estratégias potentes para a promoção de políticas públicas de saúde ampliadas e não focalizadas na lógica biomédica.
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