SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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39528 - CRUZAMENTO RAÇA/COR E OUTRAS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS NO TRATAMENTO DE MULHERES COM C NCER DE MAMA EM UMA INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA DO RIO DE JANEIRO BEATRIZ BRAGA MUNIZ FERREIRA - PIVIC -UFF, ANA CLARA FELIX XAVIER - PIBIC-IFRJ, MAYARA STEPHANIE ESTEVAM - PIVIC- IFRJ, DANIELLE DE MELLOFLORENTINO - FMS-NITEROI, ANA CLAUDIA BARBOSA - IFRJ, ANA CATARINA ALVES E SILVA - INCA, MARIA FERNANDA BARBOSA - INCA
Apresentação/Introdução O câncer de mama é uma neoplasia mundialmente prevalente, acometendo principalmente indivíduos do sexo feminino, em diversas faixas etárias. Fatores sociodemográficos ainda são determinantes no acesso à saúde, principalmente no que diz respeito ao tratamento precoce. A acessibilidade aos serviços é impactada pela raça/cor e escolaridade, tornando mulheres negras vulneráveis a piores desfechos.
Objetivos Analisar a característica raça/cor e outras três variáveis sociodemográficas (faixa etária, escolaridade e estadiamento clínico) de mulheres acompanhadas em uma instituição pública especializada no tratamento do câncer de mama no Rio de Janeiro.
Metodologia Trata-se de um estudo retrospectivo, quantitativo, realizado com um banco de dados do Hospital do Câncer III no Instituto Nacional do Câncer (INCA), unidade especializada no tratamento de câncer de mama, no recorte temporal março/2020 a março/2021. Os homens foram excluídos,visando avaliar a trajetória feminina. As mulheres amarelas e indígenas também foram excluídas devido a baixa incidência na população de estudo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do INCA sob o nº 4.606.032. O tratamento de dados foi realizado através do programa estatístico SPSS. As variáveis cruzadas foram: raça/cor-faixa etária; raça/cor-grau de instrução; raça/cor-estadiamento clínico.
Resultados A amostra foi composta por 3.150 mulheres. As mulheres negras (pretas e pardas) representaram 58% desta população, enquanto as brancas, 40,6% do total. Quanto à faixa etária 52,7% tinham entre 50 e 69 anos, no período do estudo, foram matriculadas no Instituto com estadiamento III ou IV (45,5%) e a maior parte (40%) apresentava apenas o primeiro grau completo. Ao analisar as mesmas variáveis considerando a estratificação por raça, verifica-se que mulheres negras apresentam estadiamento mais alto, no momento da matrícula (71% estadiamento III e 26% estadiamento IV); menor escolaridade com destaque para as analfabetas entre as negras (6%) e representam 59% daquelas entre 50 e 69 anos.
Conclusões/Considerações Os dados revelam uma desvantagem sócio-educacional e clínica para as mulheres negras acometidas pelo câncer de mama. A baixa escolaridade tem reflexo no acesso ao sistema de saúde, no autocuidado, determinando sua chegada ao serviço em estadiamentos mais avançados e piores desfechos clínicos. Assim, idade, escolaridade e raça formam um tripé que sustenta desigualdades e vulnerabilidades, para mulheres negras portadoras de câncer de mama.
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