Sessão Assíncrona


SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39401 - LIDERANÇAS FEMININAS DAS FAVELAS: PRECISAMOS OUVI-LAS!
NILZA ROGÉRIA DE ANDRADE NUNES - PUC-RIO, LETÍCIA DE MATOS SILVA - PUC-RIO, CAROLINA STHEFANY DA SILVA CORDEIRO - PUC-RIO


Apresentação/Introdução
As (re)conhecidas lideranças comunitárias femininas desempenham um importante papel social e político nas favelas e fora delas. A interseccionalidade as atravessa e são expressão de que gênero, raça e classe, associados à dimensão territorial, traduz-se nesse grupo como existência e resistência. Conscientes do “nós por nós” promovem a saúde compreendendo suas determinações sociais.

Objetivos
Contribuir com a visibilidade das lideranças femininas que atuam no enfrentamento das desigualdades humanas e sociais a que são submetidos os moradores das favelas no Rio de Janeiro.

Metodologia
Trata-se de um estudo com uma abordagem qualitativa através de uma amostra coletada através da metodologia bola de neve com 200 mulheres reconhecidas como lideranças comunitárias, representando 142 favelas do Rio de Janeiro. A busca ativa das lideranças femininas das favelas se deu a partir de contatos, aproximações, indicações e participação em locais onde essas mulheres frequentam (fóruns da sociedade civil, redes de comunidades, entre outros). O reconhecimento e sua atuação sociopolítica foi o nosso principal critério de seleção. Não possuímos a delimitação do lócus do estudo, considerando que essa busca nos aponta colaboradoras que advém de todas as regiões da cidade do Rio de Janeiro

Resultados
As participantes são majoritariamente negras (92%); mães (81%); casadas (50%); são as principais responsáveis pela renda familiar (58%). Com relação à religião, 31% declararam-se evangélicas (31%), sem religião (18%), católicas (18%) e outras (33%), acessaram o ensino superior (62%), declaram reconhecer que seu trabalho contribui para a promoção da saúde (96%). Atuam em relação à educação, saúde, assistência social, meio ambiente e outros. Participam de espaços coletivos (100%) e atuam em rede. Num movimento de luta e resistência social mantêm suas atividades, a assistência às famílias e o acolhimento daqueles que necessitam de apoio e escuta qualificada.

Conclusões/Considerações
Atuar em espaços populares marcados pela violência e violação dos direitos humanos requer habilidade, criatividade, coragem, ousadia e muita resistência. Suas lutas se traduzem no reconhecimento da cidadania, no resgate dos valores que pautam a humanização dos corpos e na construção de estratégias para a superação das desigualdades, evidenciando um movimento que é pública, porém não estatal.