SA13.3 - INTERSECCIONALIDADE, GÊNERO E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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38317 - TRATAMENTO PARA MULHERES QUE USAM DROGAS: UMA CRÍTICA SOB A PERSPECTIVA DO FEMINISMO DECOLONIAL. CALIANDRA MACHADO PINHEIRO - UFBA, MÔNICA OLIVEIRA NUNES DE TORRENTÉ - UFBA
Apresentação/Introdução Este trabalho apresenta dados referentes ao tratamento para o uso problemático de drogas por mulheres no Brasil e em outros países do mundo e discute as lacunas presentes nestas publicações, principalmente no que diz respeito à ausência de discussões referentes às questões de gênero e à necessidade de um olhar crítico para a realidade social onde estas mulheres se encontram.
Objetivos O objetivo foi conhecer quais eram os principais temas dos trabalhos científicos produzidos em torno do uso de drogas por mulheres e discutir o que tem sido publicado a partir de uma epistemologia feminista crítica e decolonial.
Metodologia Foi realizada revisão sistemática da literatura com a coleta de trabalhos científicos em português, inglês e espanhol produzidos em torno do uso de drogas por mulheres entre os anos de 2010 e 2019. As bases de dados utilizadas foram o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), a biblioteca virtual do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e o Scientific Electronic Library Online (SciELO). Para a escolha dos descritores foi utilizado o vocabulário estruturado e multilíngue DeCS - Descritores em Ciências da Saúde.
Resultados As publicações analisadas apontam para a influência dos estigmas sociais, atitudes julgadoras dos profissionais e da família em relação ao uso de drogas e falam da importância de levar em consideração as necessidades sociais e de saúde através de um cuidado singularizado de acordo com a realidade de cada mulher. Porém, apenas uma minoria vai trazer à tona o fato de que essas mulheres vivem em sociedades sexistas e como a interseccionalidade entre gênero, raça e classe influencia fortemente nos modos de uso das drogas e no processo de tratamento das mulheres.
Conclusões/Considerações Portanto, estes resultados nos apontam a ausência de uma importante interlocução com as epistemologias feministas, principalmente com o feminismo decolonial. Entendemos que essa interlocução se faz imperiosa diante das realidades estudadas, onde a marca do colonialismo e do patriarcalismo produziram/produzem profundas marcas nas experiências de vida das mulheres, principalmente das mulheres não brancas, maioria em nossa sociedade brasileira.
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