Sessão Assíncrona


SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

44505 - INSEGURANÇA ALIMENTAR A PARTIR DA INTERSECCIONALIDADE DE RAÇA E GÊNERO: CONSIDERAÇÕES PARA A SAÚDE
SILVANA OLIVEIRA DA SILVA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SANDRA MARIA CHAVES DOS SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, CÍNTIA MENDES GAMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


Apresentação/Introdução
A insegurança alimentar é condicionante da saúde. Nesse sentido, é necessário revelar cada vez mais os determinantes, a população mais afetada e os impactos para a saúde de viver com uma má alimentação, especialmente diante do aumento da insegurança alimentar e fome. O recorte racial e de gênero mostra as condições de vida dos negros e das mulheres e denuncia o racismo e a desigualdade de gênero

Objetivos
Apresentar a prevalência de insegurança alimentar sob a perspectiva da interseccionalidade de raça e gênero dos domicílios da capital Salvador, Bahia

Metodologia
Estudo transversal, parte da pesquisa maior denominada ‘’Qualidade do Ambiente Urbano de Salvador’’. Foi realizada entre 2018 e 2020 em domicílios amostrados de 160 bairros da capital de Salvador, Bahia. Utilizou-se questionário estruturado com 62 questões. As entrevistas foram realizadas face a face. A insegurança alimentar foi medida através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Para esta análise foram utilizados dados de 14.713 domicílios categorizados segundo raça/cor e sexo do responsável. As prevalências foram calculadas pelo SPSS versão 22.0. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina da Bahia sob o nº 2.308.547

Resultados
A prevalência de insegurança alimentar em Salvador foi diferenciada quando observada a raça/cor e gênero do responsável pelo domicílio, sendo 46,8% quando eram mulheres negras, 37,8% homens negros, 30,5% mulheres brancas e 25,5 homens brancos. Mais de 50% das mulheres negras chefiavam domicílios com até ½ salário mínimo per capita, esse grupo tinha também a menor escolaridade. Esses resultados estão relacionados com a vulnerabilidade social que esse grupo vive em termos de trabalho, habitação, violência e que refletem na insegurança alimentar e na saúde. Mulheres negras estão mais suscetíveis a mortalidade materna, por exemplo.

Conclusões/Considerações
Mulheres negras em Salvador são maioria com insegurança alimentar. A política nacional de saúde para a população negra deve ser implementada e ser considerada junto a políticas do sistema de saúde, como a política de alimentação e nutrição. O racismo e a desigualdade de gênero devem ser considerados nas ações de atenção e cuidado à saúde e nutrição. O olhar ampliado e interseccional possibilita mudanças nas condições de vida do povo negro.