SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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43035 - VIVÊNCIA NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SÍTIO ALTO, SIMÃO DIAS, SERGIPE: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE APROXIMAÇÕES PRÁTICAS E DESAFIOS NA ROTINA NO TERRITÓRIO MÁRLON VINÍCIUS GAMA ALMEIDA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), ROBERTO DOS SANTOS LACERDA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS), TASSIANY CAROLINE SOUZA TRINDADE - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), JOILDA SILVA NERY - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), JOSEFA SANTOS DE JESUS - ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO QUILOMBO SÍTIO ALTO (AMQSA)
Período de Realização 18 de novembro a 13 de dezembro de 2019.
Objeto da experiência A vivência na comunidade quilombola, enquanto pesquisador-estudante, e as singularidades do encontro entre a universidade e o território.
Objetivos Relatar a experiência do estágio para doutorandos em instituições científicas brasileiras, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), desenvolvido na comunidade quilombola de Sítio Alto, em Simão Dias, Sergipe, Brasil.
Metodologia O Quilombo Sítio Alto, localizado cerca de sete quilômetros do município de Simão Dias, Sergipe, tem este nome por estar situado no alto de um morro e, desde 2011, luta pela titulação do território. A principal ocupação dos moradores é a agricultura. Durante a estadia o pesquisador-estudante hospedou-se na casa de um dos filhos da líder comunitária e realizou com os familiares desta as principais refeições, aproveitando-se do espaço para conhecer a comunidade, suas características e potências.
Resultados A princípio, as dificuldades que fazem parte do cotidiano comunitário destacaram-se no olhar do pesquisador-estudante: escassez de água, problemas de acesso à serviços de saúde básicos e saneamento, uso abusivo de álcool e casas em alvenaria de baixo padrão. Entretanto, o desenvolvimento da vivência descortinou outros elementos que apontavam para a necessidade de uma visão mais atenta e permanente, que conseguisse abarcar as potencialidades da cosmovisão quilombola e suas particularidades.
Análise Crítica O olhar desatento ou colonizado direciona a expectativa apenas para as mazelas e preconceitos que deturpam a realidade comunitária, ao mesmo tempo que a caracteriza como insuficiente, empobrecida e suja. É preciso ultrapassar esta visão racista para conhecer de fato as multiplicidades de saberes, existências e pertencimentos que atravessam o território, sem anular as necessidades que são garantidas constitucionalmente, mas, ainda se apresentam distantes dos espaços mais vulnerabilizados.
Conclusões e/ou Recomendações A aproximação entre universidade e território deve ser encarado de maneira horizontal e participativa, sem hierarquização dos saberes. O espaço do encontro deve ser entendido como necessário e fundamental no desenvolvimento da pesquisa, reformulações e novos direcionamentos. Ao ouvir o que a comunidade tem a dizer, compreende-se que a inserção nesta não deve ser uma apropriação e um olhar reducionista pode produzir apagamentos e silenciamentos.
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