Sessão Assíncrona


SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

43006 - MARACATU DO BAQUE VIRADO: UMA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA
LARA VITÓRIA LARA DA SILVA D‘ALMEIDA - IESC/UFRJ


Apresentação/Introdução
O Maracatu de Baque Virado é uma manifestação cultural com origem em Pernambuco. O grupo de maracatu Baque Mulher promove o protagonismo das mulheres na luta contra o racismo, machismo e o preconceito religioso, que tanto afetam a saúde das mulheres. Neste sentido, esta pesquisa propõe analisar o papel do Baque Mulher na defesa dos direitos e promoção da saúde das mulheres.


Objetivos
Analisar as relações entre o Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher e o combate ao machismo, racismo e preconceito religioso, e como espaço de construção de afeto e rede entre mulheres.


Metodologia
A metodologia utilizada é a cartografia, a partir da análise documental de registros do e sobre o grupo e da vivência da autora, numa perspectiva de desenvolver uma interpretação compreensiva. A cartografia caracteriza-se como uma prática de pesquisa que tem como objetivo o acompanhamento de processos, com um forte viés interventivo. Pelo caráter intervenção, essa perspectiva supõe a inserção do pesquisador no campo onde acontecerá a intervenção.
A análise documental permitiu a análise das LOAS (músicas de composição autoral) do Movimento de Maracatu Baque Mulher, identificando elementos que promovem a luta contra o machismo, racismo e intolerância religiosa.


Resultados
O Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher foi fundado pela Mestra Joana, primeira Mestra de uma nação de maracatu. O Baque Mulher relaciona elementos religiosos e culturais, e promove reflexões sobre os tipos de violência contra mulher - como o racismo, machismo e intolerância religiosa. Na LOA “Mulher negra e empoderada”, é possível observar o enlaçamento das dimensões religiosa, de raça e gênero: “SOU MULHER, NEGRA E EMPODERADA/TRAGO O AXÉ DA NAÇÃO NAGO/(..)NÃO HÁ VIOLÊNCIA/OU MACHISMO QUALQUER/QUE CALE MEU TAMBOR”.
As dinâmicas relacionais tecidas por esse grupo são capazes de promover a saúde, por meio da construção de uma rede de afeto e resistência entre mulheres.


Conclusões/Considerações
O machismo e o racismo aprisionam o corpo das mulheres. O Baque Mulher desempenha papel relevante, através da promoção do protagonismo das mulheres na luta contra as violências, evocando a autonomia e o companheirismo feminino. Na perspectiva da corporeidade, o maracatu evoca a desmecanização de corpos e a exploração das múltiplas possibilidades de habitar o corpo e o mundo, contemplando o produzir arte e o descobrir do corpo.