SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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42658 - RACISMO E VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: INTERSECÇÕES DE PAUTAS NAS VOZES DE ATIVISTAS NEGRAS ARIENE ALEXSANDRA RODRIGUES - INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FERNANDES FIGUEIRA (IFF), MARCOS ANTONIO FERREIRA DO NASCIMENTO - INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FERNANDES FIGUEIRA (IFF), CORINA HELENA FIGUEIRA MENDES - INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FERNANDES FIGUEIRA (IFF)
Apresentação/Introdução A violência obstétrica é um tema recorrente nas discussões sobre saúde sexual e reprodutiva há pelo menos 10 anos. As pesquisas mostram que são as mulheres negras as principais vítimas deste tipo de violência. Compreender como essas informações se articulam na pauta de ativismo de mulheres negras do Rio de Janeiro foi uma das propostas da dissertação que deu origem ao presente artigo.
Objetivos Compreender como o racismo e violência obstétrica se articulam nas pautas de ativistas negras no Rio de Janeiro.
Metodologia Para a realização da pesquisa, nos inspiramos nos estudos etnográficos. Foi escolhida a observação participante como a ferramenta metodológica inicial e, posteriormente, a partir deste cenário, foram selecionadas participantes que passaram por entrevistas para a construção do material empírico. O conteúdo foi analisado à luz do Método de Interpretação de Sentidos onde entende-se que não há fronteiras definidas que separam a construção de informações, início do processo de análise e a interpretação, uma vez que as interpretações acontecerão de modo diferente para as pessoas, de acordo com significações socialmente estabelecidas previamente.
Resultados O ativismo das entrevistadas parte da dinâmica de reconhecimento de si enquanto mulher negra. Isso impacta não apenas nas agendas de lutas que assumem, como nos encontros que isso acaba produzindo: a maioria delas se cruzam em espaços de atuação política e defesa do direito de mulheres. Independente das dinâmicas de atuação ou geração, há relações nas escolhas de luta, seja pelo ativismo nascido das experiências, seja no reconhecimento da violência da outra em si. Da mesma forma, há ainda a referência à ancestralidade que acaba aproximando discursos e trajetórias. Por fim, a experiência do racismo em saúde encontra a pauta da atenção ao parto e nascimento mobilizando o ativismo de cada uma.
Conclusões/Considerações A análise mostrou que a luta pela garantia de direitos entre as ativistas entrevistadas, independente da agenda de lutas, perpassa pelo entendimento de que o racismo é o que leva as mulheres negras a sofrer diferentes violências, mostrou ainda que o processo de luta é histórico. Por este motivo, uma das considerações foi a utilização do termo “racismo obstétrico” para referir-se a estas violações.
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